quarta-feira, 26 de março de 2008
LAURO RODRIGUES
Velho pampa lendário de outras eras,
onde se erguem lúgubres taperas,
tripudiando quais flâmulas de luto:
nessas tardes de junho, ao sol poente,
parece-me que sinto o que tu sentes
quando o silêncio do teu campo escuto...
A brisa nas carquejas do varzedo,
chorando, confessa que tens mêdo
de enfrentar esta miséria atroz...
E na tristeza sem fim dos corredores
vibram hinos de brados e clamores
contra as algemas da canalha algoz...
Mas não percebes, decrépito campeiro,
que as rondas do abutre carniceiro,
grasnam sobre ti funéreo agouro;
que és o braço do ¨Gigante¨ que mendiga
e ¨deitado em berço explêndido¨ se obriga
a pedir pão sob um dossel de ouro?...
Esquece as condições de teu presente!
Larga o trôpego andar do indigente
e relembra o que fostes em tempos idos...
Deixa a tua lança, adormecida e quieta!
A guerra é de doutrinas... Vem! Desperta
que os dias de porvir serão vividos...
Pois, pressinto na fome de meu filho
que um vulcão de revolta aclara o trilho
por onde segue a procissão dos pais...
Desperta Rio Grande! Chama o Brasil
antes que a voz da bôca de um fuzil
não lhe consinta despertar jamais...
Pobre Pátria de vinte e tantas zonas
que tem no seu ventre o Amazonas
e agoniza de fome nas cidades...
Zôo de macacos galhofeiros,
plagiando o viver dos estrangeiros
desde o Batismo à Universidade...
Tenho pena de ti, - senzala branca! -
dessa coletividade honesta e franca
que de tanto esperar já desespera...
Tuas vísceras são campos de imundícies,
onde o vírus malsão das canalhices
se robustece, cresce e prolifera...
Enquanto isso, cérebros raquíticos,
- sanguessugas de pântanos políticos! -
fomentam leis que não trescalam nada...
Mas não tarda que a aurora do futuro
tinja de escarlete o céu escuro
dos párias desta estância abandonada...
Nesse dia, meu pampa, os teus heróis,
ostentando nas mãos raios de sóis
e cavalgando fagulhas celestiais,
virão beber na fúria dos motins,
o sangue nutrido nos festins
dos que colheram sem semear jamais...
E, então, o marco de uma nova era,
surgirá num ermo de tapera
substituindo o pedestal de imbuia,
para que o povo todo num só grito,
possa bradar da Terra ao Infinito:
ALELUIA!...ALELUIA!...ALELUIA!...
POST POST
Aleluia é a expressão genuína da poesia gaúcha de raiz. Este poema foi publicado no livro Senzala Branca de um gigante acordado, mesmo morto, enquanto nosso tempo anda dormindo.
Lauro Rodrigues é uma das principais inspirações para o carteiro continuar sendo carteiro, sem a pretensão de ser poeta.
A obra dele fala por si e em qualquer tempo.
Não é necessário contar o porquê da sua invisibilidade na cultura nativa.
Porque outro poeta já disse:
- outra história vem que vai contar.
Bom proveito.
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OS LARANJAS SE ACOMODAM
Apesar de todo o aparato tecnológico e semântico à disposição das grandes corporações da mídia, elas não conseguem enganar o olhar semiótico subliminar dos carteiros e dos poetas.
Especialmente quando a sirene anuncia mais uma desintegração de posse.
– Uoooooool...
Foi a cena que imaginei ao acessar o RS Urgente hoje. A guarda pretoriana invadindo a casa do Marco Weissheimer cheia de segundas intenções, anunciando a sentença.
– Acusado de combater o pensamento único da mídia e ser cúmplice de uma quadrilha de blogueiros revoltados com a concentração da liberdade de opinião, o condenado sem julgamento será extra-editado em outro provedor ou terá que prover a si próprio.
Depois lembrei que a idade média era outro tempo verbal.
Voltei e registro a última postagem do RS Urgente no UOL.
MUDANÇA DE ENDEREÇO
Acabo de receber uma mensagem do UOL comunicando que não tenho mais espaço para blogar e que teria que mudar meu plano de assinatura para fazê-lo. Sendo assim, sem mais delongas, estou migrando para novo endereço:
- www.rsurgente.blogspot.com
A casa nova já está com as paredes erguidas, mas ainda sem mobília e decoração. Farei isso com o tempo. Então é isso: a partir de agora, o RS Urgente está no blogspot. Basta clicar AQUI para chegar lá.
Primeiro eles oferecem espaços gratuítos para amealharem acessos, venderem patrocínios e valorizarem suas marcas. E não percebemos o quanto somos inocentes úteis, verdadeiros laranjas ingênuos e inconscientes.
Depois eles fazem suas surubas capitalistas, se fundem ou incorporam uns aos outros, rodam a bolsa no mercado de capitais, promovem casamentos de interesses, masturbam investidores e nós não notamos que somos seus garotos de programa e propaganda.
Então, nossa independência começa a incomodar no balanço da história que promovemos com nossa liberdade e já não servimos mais porque o mercado teceu suas teias e garantiu suas presas com a nossa colaboração.
E não podemos mais deixar para depois o que já devíamos ter feito:
- Construir nossas próprias carroças, estradas, balanços, laranjas e blogues em potes.
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MÍDIA EM DEBATE
EM DEFESA DE UMA MÍDIA LIVRE
A mídia contemporânea, disse o escritor francês Paul Virilio, é o único poder que tem a prerrogativa de editar suas próprias leis, ao mesmo tempo em que sustenta a pretensão de não se submeter a nenhuma outra. Os meios de comunicação vêm se concentrando, de forma brutal, no mundo inteiro, nas mãos de grandes empresas.
Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior (clique aqui).
O poder midiático no Brasil está concentrado nas mãos de um pequeno grupo de famílias e suas respectivas empresas, que dominam o sistema de produção e difusão de informações e detém a imensa maioria dos recursos de publicidade (públicos e privados). O maior grupo de comunicação do país, a Rede Globo, possui 227 veículos, entre próprios e afiliados. É o único dos grandes conglomerados que possui todos os tipos de mídia, a maioria dos principais grupos regionais e a única presente em todos os Estados brasileiros. Sozinha, a Globo controla mais da metade do mercado televisivo brasileiro. Segundo dados da Associação Nacional de Jornais, relativos ao período 2001-2003, apenas seis grupos empresariais concentram a propriedade de mais da metade da circulação diária de notícias impressas no país. Sozinhos, estes veículos respondem por cerca de 55,46% de toda produção diária dos jornais impressos.
Além do imenso poderio da Globo, outros seis grandes grupos regionais se destacam. A família Sirotsky comanda a Rede Brasil Sul de Comunicações, controlando o mercado midiático no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A família Jereissati está presente no Ceará e em Alagoas. A família Daou tem grande influência no Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. A mídia da Bahia pertence à família Magalhães. No Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, os negócios são controlados pela família Zahran. E, por fim, a família Câmara tem grande influência em Goiás, Distrito Federal e Tocantins. Em suas manifestações editoriais, todas essas empresas afirmam a independência como um valor que, supostamente, definiria seu trabalho. Independentes do quê e de quem, exatamente? Essa pergunta nunca é respondida. E não o é, porque a resposta mostraria que o rei está nu!
Qualquer menção à necessidade de democratizar esse cenário é rebatida fortemente por artigos e editoriais enfurecidos destes grupos hegemônicos. Quem defende a democratização da produção e do acesso à informação é imediatamente acusado de “autoritário” e “inimigo da liberdade de imprensa”. O poder das grandes corporações midiáticas é muito forte, estendendo-se também às escolas e universidades que formam os futuros profissionais da comunicação. A imensa maioria de quem se prepara para entrar no “mercado da comunicação” quer arrumar um emprego na Globo, na Folha de São Paulo, na Veja, no Estadão, na RBS, etc. Profissionais ligados direta ou indiretamente a essas empresas garimpam sistematicamente talentos nos bancos escolares. Os professores que procuram navegar contra a corrente são, o mais das vezes, taxados como excêntricos e confinados a guetos.
É importante ter em mente que esse não é um fenômeno exclusivamente brasileiro. A realidade midiática mundial não é distinta. O escritor francês Paul Virilio, ao falar sobre o papel da mídia no mundo de hoje, definiu bem o tamanho do problema a ser enfrentado. A mídia contemporânea, disse Virilio, é o único poder que tem a prerrogativa de editar suas próprias leis, ao mesmo tempo em que sustenta a pretensão de não se submeter a nenhuma outra. A justificativa para tal procedimento trafega entre o cinismo e a treva: uma vez afetada a liberdade de imprensa, todas as liberdades estarão em perigo. Cinismo, denuncia, porque esta reivindicação agressiva trata de negar o óbvio: os meios de divulgação e de formação de opinião vêm se concentrando, de forma brutal, no mundo inteiro, nas mãos de grandes empresas.
Mas há boas notícias neste cenário. Nos últimos anos, essa hegemonia de grandes grupos midiáticos começou a ser enfrentada por um crescente número de iniciativas. A internet tornou-se um espaço privilegiado dessas iniciativas, mas não o único. Os movimentos de Software Livre, de rádios comunitárias, de construção de redes de comunicação de movimentos sociais, de sites , blogs e publicações alternativas abriram brechas no bloco monopolista da grande mídia. Além disso, jornalistas que conheceram de perto o funcionamento desses grupos passaram a desenvolver um trabalho de exposição das entranhas da imprensa brasileira. O conjunto dessas iniciativas contribuiu para a acumulação de um inédito capital crítico sobre o poder dessas empresas. Um poder, importante assinalar, que segue muito forte.
No dia 8 de março, um grupo de jornalistas, professores universitários e profissionais da comunicação de várias regiões do país reuniu-se em São Paulo para debater essa realidade. Durante o encontro, consolidou-se a idéia de criar um espaço de encontro e articulação em nível nacional em torno da agenda da democratização dos meios de comunicação no Brasil; democratização da produção e do acesso à uma comunicação de qualidade. No dia 20 de março, foi a vez de Porto Alegre sediar um encontro da mesma natureza.
Um dos princípios básicos que norteou o debate nos dois encontros foi a necessidade de respeitar a diversidade que marca esse movimento, em duas diferentes expressões. Há aqueles que vêem a criação de uma mídia alternativa a que aí está como uma tarefa central. Outros preferem a denominação “independente” para qualificar o objetivo a ser buscado. E outros ainda preferem não se enquadrar em nenhuma dessas categorias.
Todos, porém, concordam com uma coisa: a criação de um espaço nacional de encontro, debates e articulação é muito importante para a superação e modificação do atual cenário midiático brasileiro, marcado por um crescente processo de concentração e de apropriação de bens e serviços públicos por uns poucos grandes grupos privados. A proposta é que esse movimento seja construído passo-a-passo, respeitando a opinião e as particularidades do trabalho de cada um, partindo dos pontos de acordo e visando convergências mais amplas.
Os movimentos articulados em torno do Fórum Social Mundial, como o Software Livre por exemplo, podem servir como inspiração. A defesa de uma comunicação de qualidade, como um bem público e um direito da população é um elemento que unifica a todos que enxergam, no modelo atual, um entrave ao aperfeiçoamento da democracia brasileira.
Falar de uma comunicação de qualidade, neste cenário, significa falar, entre outras coisas, em liberdade de criação, de difusão e de acesso. Significa compartilhar conhecimentos, práticas e iniciativas. As palavras “liberdades” e “compartilhamento” expressam, em boa medida, o que é sonegado hoje à maioria da população. Elas apontam para uma visão generosa de um mundo mais solidário, onde a comunicação, o diálogo com o próximo e a criatividade não são reduzidas à condição de mais uma mercadoria destinada a gerar lucro máximo a custo mínimo.
Esse é o espírito que anima a proposta de construção de um debate para o fortalecimento de uma mídia livre no Brasil, um espaço que propicie o encontro, o diálogo, a criação e a partilha de informações, práticas e experiências. Um espaço que, fundamentalmente, enxergue a comunicação como uma prática a serviço da verdade, da justiça e da liberdade.
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terça-feira, 25 de março de 2008
HAVIA UM PEDRO NO CAMINHO
O observador do Bancada Gaúcha em Porto Alegre, Pedro Bomfim, caprichou no estilo e literalmente entregou o lixo devidamente reciclado aos leitores do blogue do Jota Charrua e sua tribo.
Parafraseando Sepé Tiaraju, o poeta disse que Pedro diz com todas as letras:
- Esta terra tem dano!
Talvez seja o sinal de que as coisas estão mandando, ou melhor, mudando.
Bueno, vejam com seus próprios olhos.
CPI DO DETRAN
UMA BARBARIDADE!
Na CPI do Detran, aberta pela Assembléia Legislativa gaúcha, estamos assistindo a um imenso desfile, que só está começando - ainda não divulgaram os endereços dos apartamentos, quem mora e quem morou neles - de exemplos de como a ingenuidade e a inexperiência podem prejudicar a atuação de homens honestos no serviço público. E, assim, permitir que pessoas de má índole se aproveitem para meter a mão no dinheiro público, isto é, no meu e no seu bolso.
Vejam o caso do ingênuo ex-presidente do Detran do governo daquele homem pequeno e cordial que não fez nada, mas apaziguou os gaúchos. O coitado acabou preso só por assinar um contrato sem licitação com uma fundação que não tinha condições de fazer o trabalho para o qual foi contratada e que buscou a ajuda de outras empresas para realizar os serviços.
Tem que ficar bem claro que a responsabilidade dele terminou ai. Afinal, ele contratou a tal fundação e não tem nada mais a ver com o resto. Isto é evidente. Agora, se a tal fundação contratou a empresa da sua própria mulher, de outros parentes, do irmão do seu chefe e dos amigos da governadora, isto é problema desta fundação.
Só o que faltava era acharem que está errado a mulher dele trabalhar e pagar R$ 500 mil para ele dar uma ajeitada na cobertura onde mora com o dinheiro que ganhou no tal contrato com a tal fundação. Além do mais, é proibido mulher de dirigente de autarquia ter empresa? E esta empresa prestar serviço para fundações contratadas pela autarquia que o marido dirige? Onde está escrito? Ele está cheio de razão em dizer que estas coisas não lhe dizem respeito. Onde que se viu?
Depois dele, veio o novo jeito. Um jeito um tanto estranho, mas novo. Afinal, estava precisando dar uma mexida, claro. Então, o novo diretor do Detran, inexperiente, iniciante, com apenas 40 anos de serviço público, chegou e viu que tudo estava errado. Precipitado, ansioso para consertar as coisas, contratou outra fundação, antes de dispensar aquela, sem saber que as duas eram parentes, filhas da mesma mãe. Mas garante que só fez isto porque o bispo pediu, por um ato de caridade.
Naquele momento ele nem teve tempo de pensar que estava fazendo caridade com o meu e o seu dinheiro. O importante era ajudar. Um homem bom como não se encontra mais por ai. Sua única falha, ao meu ver, parece ter sido não atender aos amigos da governadora. Ai, levou um pontapé de um sapato alto, que lhe atingiu até a memória, a consciência, pois não lembra de mais nada.
Como o primeiro, ele também não sabia que a tal fundação, que ele contratou, repassou os serviços para a sua irmã mais velha, aquela mesma que não tinha condições de fazer o trabalho e contratara empresas da mulher, dos parentes, do irmão do seu patrão, dos amigos da governadora, etc. Mas ele fez isso só para evitar o caos. Para não prejudicar o serviço. Fez isto por ser um administrador previdente.
Mas no meio deste monte de gente boa, correta, eficiente, houve alguém que pecou terrivelmente. A Polícia Federal. Onde já se viu, acordar estes homens simples, lícitos, cidadãos comprometidos com a eficiência do Estado, daquela maneira, apontando armas para as suas cabeças? Desde quando é crime algumas pessoas, unidas, ganharem R$ 45 milhões com o trabalho nas suas empresas, que nada mais fizeram que tapar os buracos deixados pela ineficiência do Estado?
Uma barbaridade!
POST POST
Pegando carona no espírito da coisa que o Pedro Bomfim botou na roda, o carteiro e o poeta "cheidi catigoria" perguntam:
- Quem tem medo de altura só chuta rasteiro quando joga futebol soçaite na cobertura?
- Ou só fica na cobertura quando joga futebol soçaite rasteiro quem tem medo de altura?
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quarta-feira, 19 de março de 2008
QUEM É TENZIN GYATSU?
O Vermelho (clique aqui) responde em reportagem de Humberto Alencar.
Incensado pelo ocidente como uma figura impoluta, lutadora da paz e da não-violência, o dalai-lama, ou Tenzin Gyatso, está longe de merecer o epíteto de pacifista que a mídia ocidental lhe aplicou nos últimos 50 anos. Aliado há longa data do regime americano, e recentemente de Bush, o dalai-lama não é parte integrante das lutas dos povos pela democracia e a paz mundial.
Leitura obrigatória para quem, como eu, fica a ver navios quando um "Dalai Lama" ao invés de pregar que o planeta terra é uma só nação e a humanidade um só povo, prega justamente o confronto e o conflito pelas barrancas do Himalaia no ano das Olimpíadas de Pequim.
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O ESPETÁCULO DO CRESCIMENTO
Do Portal PTSul.
Em artigo publicado nesta terça-feira (18), o diário espanhol El País compara o crescimento da economia brasileira ao modelo asiático, afirmando que o Brasil fez uma “adaptação peculiar” do modelo asiático.
“No segundo mandato do presidente Lula se optou por uma política econômica que pretende compatibilizar a estabilidade com o relançamento do desenvolvimento e um forte impulso de investimento industrial”, afirma o artigo assinado por Alfredo Arahuetes, tido como um dos maiores especialistas da Espanha em investimentos na América Latina, e professor de Economia Internacional da Universidade Pontifícia Comillas de Madri.
O artigo destaca que no ano passado o Brasil renovou sua posição como décima economia do mundo, à frente da Rússia, Coréia do Sul e Índia, e que o país é a maior economia da América Latina e seu PIB representa pelo menos um terço do PIB da região.
“Como o Brasil chegou a ser uma economia tão destacada?”, pergunta o artigo. Arahuetes explica que o desenvolvimento industrial brasileiro iniciado nos anos 50 e a expansão do setor nos anos 60 e 70 contribuíram para que a economia brasileira crescesse a uma taxa anual média de 7,8%. “O crescimento durante este longo período se orientou para o mercado interno”, afirma o economista, que lembra que, na época, a economia “estava pouco aberta ao exterior”.
No fim dos anos 90 e início dos anos 2000, “o Brasil seguiu a dupla estratégia de ser global trader e promover maior integração com os países da América Latina. A estratégia deu seus frutos nos dois âmbitos”, diz o artigo.
O economista explica que, ao chegar à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva “apostou em uma prudente ortodoxia” com fins de reduzir a dívida pública. A desvalorização do real e a demanda internacional por matérias primas – graças ao crescimento econômico de países como a China e a Índia, impulsionaram as exportações brasileiras levando o país a retomar o crescimento.
“Ao mesmo tempo, o Brasil recuperou a capacidade de atrair investimento direto de empresas estrangeiras ao ponto de situar-se em segunda posição entre os países emergentes, atrás apenas da China”.
Isso deu origem a uma mudança na inserção do Brasil na economia internacional: “A inserção financeira deu origem à inserção comercial parecida com a seguida pelas economias asiáticas, fortalecida com a entrada de investimentos diretos”.
Com isso, o país quase triplicou o valor de suas exportações entre 2002 e 2007, obteve superávits comerciais e de conta corrente, e acumulou reservas no valor de 182 milhões de dólares ao fim do ano passado.
“No segundo mandato, iniciado há um ano, Lula mudou o rumo para uma ortodoxia prudente compatível com o relançamento do desenvolvimento. Quer dizer, estabilidade com forte impulso de investimento em setores industriais intensivos em capital e em infra-estruturas (com o PAC), com o dinamismo necessário tanto para um crescimento sustentável como para o fortalecimento da capacidade exportadora e a substituição das importações ao estilo das economias asiáticas”, além de promover a redução da pobreza e melhorias na distribuição de renda, afirma o economista.
O autor comenta o aumento da integração regional e conclui dizendo que “o Brasil parece apostar em intensificar a integração com os países da região mediante um esquema de geometria variável que permita o desenvolvimento da fábrica América Latina com alimentos, matérias primas e energia, uma adaptação particular da fábrica Ásia”.
segunda-feira, 17 de março de 2008
E SE FOSSE DINHEIRO PARA A MÍDIA?
Admiro o talento de alguns jornalistas que realizam verdadeiros prodígios bíblicos só para garantir o parco salário e o sorriso amarelo do patrão. Admiro porque fico imaginando o relevante serviço que prestariam em benefício da humanidade se usassem o mesmo talento com finalidades mais nobres.
Faltavam seis minutos para as sete da manhã de segunda-feira (17/3) quando o jornalista André Machado, um dos apresentadores do programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha AM, e blogueiro do grupo RBS, postou a ata da sua parcialidade ou uma biópsia da sua isenção. O coitado acreditou ter dominado as águas do mar vermelho da ética e libertado seu público alvo daquilo que acredita ser a escravidão democrática do Faraó de Garanhuns.
O problema é que tecnicamente o cidadão André mergulhou de cabeça na pia e deixou o jornalista Machado com a calça, a cueca e a ética arriadas numa posição contrangedora no vaso sanitário da própria soberba. Ainda por cima esqueceu de se olhar no espelho e saiu de casa com os neurônios despenteados.
O cusco da província pergunta, abanando o rabo preso.
- E se fosse no governo FHC? (clique aqui)
Seu ato contínuo revela que ainda há vestígios de autocrítica naquele corpo.
- Tente julgar sem o coração.
Aqui o texto decreta o fim da luta de classes e impõe sua ideologia. Afinal, o coração fica do lado esquerdo do peito, justamente o lado que deve ser excluído na análise. Mera coincidência?
“Imagine o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em um ano de eleições municipais autorizando um pagamento de R$ 30 por mês para jovens de 16 e 17 anos que estiverem estudando. Ainda mais sabendo que pessoas beneficiadas pelo Bolsa Escola nesta faixa etária são eleitores”, denuncia o assessorista de imprensa.
Sem usar o aparelho cardíaco, como pede a vítima da mais valia da RBS, ainda é possível questionar seus critérios.
Pouco depois, às 10h05min, deixei o comentário abaixo no blogue do empregado da RBS.
E SE FOSSE DINHEIRO PARA A MÍDIA?
A Prefeitura de São Borja deu para a RBS em 2007 R$ 70 mil para propaganda. Antes o valor repassado era a metade. O novo contrato previu pouca divulgação no ano em questão, mas previu ampla cobertura neste ano eleitoral, ou seja, o excedente vira propaganda sob diversas formas, inclusive suposto jornalismo, justamente em ano de eleições municipais.
Quer dizer que a RBS pooode, um milhão e 700 mil jovens excluídos não pooodem?
Ainda bem que a blogosfera acabou com o monólogo e eu posso dialogar com o defensor da liberdade de censura aos outros lados de quaisquer fatos.
Se fosse no governo FHC o assunto seria tratado por ele, André Machado, e pela mídia como um grande programa de governo, que estaria acima de questiúnculas eleitorais. Viraria apenas mais uma intriga da oposição.
Imagine o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de olho na própria reeleição, entregando o patrimônio público por algo em torno de 35 dólares, valor que a Globo pagou pela TV Paulista com o aval da ditadura.
Para imaginar o que vou contar agora não precisa nem sair do prédio na esquina da Ipiranga com a Erico Veríssimo, sede da RBS em Porto Alegre.
Imagine o Maurício Sirotsky Sobrinho conversando pelo telefone com o Antônio Delfim Netto, então ministro todo-poderoso da Fazenda da ditadura militar. Papo vai, papo vem e lá pelas tantas chega um aspone e entrega um bilhetinho enviado por um araponga infiltrado na redação do Correio do Povo.
- O negócio está feito, pode autorizar a maxidesvalorização do cruzeiro.
Bingo. A Caldas Júnior tinha acabado de contratar milhões de dólares em empréstimos internacionais para montar a TV2 Guaíba. E o Delfim virou sócio da RBS. Bingo, de novo.
Essas são algumas coisas que o coração não lembra porque está mais preocupado com a inclusão social e com o desenvolvimento sustentável da saúde pública.
“Agora o mundo real” do André Machado.
Imagine o governo Lula anunciando hoje, 17 de março de 2008, um programa de renovação automática de concessões de rádio e tv, oferecendo como bônus o bloqueio permanente da inclusão de novos canais de emissoras comerciais e comunitárias no espectro nacional. A não ser para os grupos já instalados.
Imagine o governo Lula ainda acenando com empréstimos de bilhões de dólares, a fundo perdido, para que as emissoras privadas de sentido público pudessem melhorar sua capacidade de manipular e controlar nossa identidade nacional.
Imagine mais, o governo Lula editando uma medida provisória abolindo as eleições pelos excessivos gastos a cada dois anos e instituindo as pesquisas de opinião, controladas pela mídia, como o mais novo e definitivo sufrágio eleitoral no Brasil.
Ganharia o prêmio "fazendo a diferença".
André, Machado em vara de bambu verde, se não for empunhado com precisão e competência se volta contra o lenhador e o estrago está feito.
POST POST
Originalmente havia escrito guaipeca na cartola. Nesta atualização, proporcionada pelo comentário do Jurandir Paulo, ginete (cavaleiro) do blogue Abunda Canalha (clique aqui), "criticando" essa mania de gaúcho acreditar que todo mundo vai entender o que ele diz, achei melhor o som de "cusco da província". Ambas são expressões típicas do Rio Grande do Sul e significam cão pequeno, cãozinho, vira-lata, sem raça definida.
A redução para cusco ou guaipeca é baseada na obra "A saga dos cães perdidos", de Ciro Marcondes Filho. Ciro a extraiu do romance "Cães da Província", do escritor gaúcho Luiz Antônio Assis Brasil, inspirado na louca vida do dramaturgo em tempo real Qorpo Santo.
Fica a dúvida se nessa redução o ideal é usar "cusco da província" ou "lobo-guará global", já que seu egossistema é a falta de ética dos jornalistas que se escondem na técnica do assessorismo de imprensa da ideologia de quem lhes alcança o soldo, agindo como verdadeiros soldados cujas armas mais letais são as palavras engolidas.
Deve ser por isso que o PUM (Pensamento Único da Mídia) do PIG (Partido da Imprensa Golpista) tem cheiro de lagoa de decantação de dejetos da realidade.
Atualizado às 14h39min de terça-feira, 18 de março de 2008.
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quinta-feira, 13 de março de 2008
MORTOS PELA DITADURA SEGUEM DOENDO
O jornal La Republica publicou (13/3) uma entrevista com Mercedes Sosa, que se apresentou na noite anterior em Montevidéu. Horas antes, "La Negra" conversou com a imprensa e reforçou sua postura humanista de mulher de esquerda, advogada da paz e da justiça.
Mercedes contou aos jornalistas que foi expulsa da Argentina pelos militares quando "não matava nem passarinho" e que sua vida tem sido marcada por altos e baixos na saúde e pelo sofrimento. Revelou que o Brasil foi o país que mais a ajudou no exílio, mas destacou também a Espanha, a França e o Uruguai.
Para ela, "os militares instauraram uma dedocracia e assassinaram inocentes. Esses mortos ainda seguem doendo. Agora que as coisas mudaram estão presos em suas casas". Disse que sempre acreditou na justiça e que "por isso não se deve sequer pensar em matá-los, devem ficar confinados em seus lares sem poder sair nem para ir à missa".
Lamentou os problemas causados pela pobreza em Buenos Aires, denunciou a miséria e a corrupção herdadas do governo Menem e ressaltou seu apoio à Cristina Kirchner, a quem considera uma pessoa nobre e humana. Razão pela qual cantou na Casa Rosada sem cobrar cachê, só os músicos que a acompanharam receberam pelo trabalho.
Sobre o conflito provocado pela invasão da Colômbia ao território do Equador, Mercedes argumentou que "devemos trabalhar para que não haja guerra, a guerra é fácil, difícil é manter a paz", recordando o quanto seu país pagou pela guerra das Malvinas com a Inglaterra. "Tantos meninos foram lutar sem sequer saber usar uma arma. A paz custa mas é vital", resumiu. Sintetizou sua postura dizendo que "uma mulher não pode aceitar a guerra sob nenhum pretexto porque são elas e as crianças que mais sofrem".
A respeito das diferenças entre seu país e o Uruguai na questão das papeleiras, afirmou não acreditar em maiores problemas porque quem autorizou a instalação da planta de celulose foi Jorge Batlle, que as diferenças serão acertadas entre os dois presidentes e confia que "Cristina vai colocar seu grãozinho de areia" nessa história.
Mercedes Sosa reafirmou seu amor pela música revelando que sua maior felicidade "é cantar e receber o amor das pessoas, que é imenso". Por isso, quando grava com outros artistas não cobra nada, essas participações são feitas "por amor aos seus companheiros e cobrar seria com se prostituir".
Na entrevista concedida no Hotel Victória Plaza, anunciou que seu projeto para este ano é gravar um novo disco.
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MIL SEMANAS DE UTOPIA
O diário uruguaio La Republica (clique aqui) compleou hoje mil semanas de utopia, sete mil edições dizendo "sem verdade sequestrada, sem memória proibida". O carteiro do poeta presta sua homenagem reproduzindo a capa da edição comemorativa.
Pura coincidência, a primeira enquete do blogue trata justamente sobre a falta dessa utopia por aqui. "Por que não há jornais diários de esquerda com alcance nacional no Brasil" ou, pelo menos, em âmbito estadual?
Até agora, a maioria (47%) acha que é porque "os anunciantes são todos de direita". Em segundo lugar, com 36%, está o item "outra razão a ser definida futuramente". O terceiro lugar, com 25%, é ocupado pela opção "não há leitor suficiente para sustentar um jornal de esquerda sem publicidade".
Bueno, voltando ao Uruguai virtual, onde o carteiro do poeta cumpre agenda cultural, resolvi fazer campanha para a opção a ser definida futuramente por várias razões. A principal, o uruguaio Ángel Rama e suas comarcas culturais. Rama denunciou as contradições entre nossas fronteiras geográficas e culturais, atribuindo isso ao fato de terem sido definidas na Europa.
Outra razão para pensar mais sobre o assunto é Flávio Aguiar, Diretor do Centro Ángel Rama de Estudos Latino-Americanos da USP, (clique aqui e leia o artigo A América Latina não existe), publicado na página da oscip CELPCYRO (Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins).
Flávio publicou o artigo A mídia dos nossos dias (clique para ler) na Carta Maior (clique para acessar), que é a ata do 1º Encontro da Mídia Independente (clique para ler no Blogue do Rovai), que aconteceu no dia internacional da mulher em São Paulo.
Se você também alimenta a utopia, não deixe de votar ao lado.
Parte da capa da edição histórica do La Republica, em tradução livre do carteiro, está aqui embaixo.
Obrigado por dizer 7 mil vezes Sim
Sim ao jornalismo
diferente que constrói dia a dia
a façanha da comunicação humana.
Sim ao jornalismo
que converte informação em significado.
Sim ao jornalismo
da coragem e da esperança que não se rende.
Sim ao jornalismo
que não acaba em piada e busca
as raízes e as referências dos fatos.
Sim ao jornalismo
que não informa só o agora, mas o antes e o depois.
Sim ao jornalismo
que brinda o conhecimento, não só satisfaz a curiosidade.
Sim ao jornalismo
de explicações, não apenas de anotações.
Sim ao jornalismo
dissidente da manipulação e da mentira.
Sim ao jornalismo
que não se especializa em aborrecer o próximo.
Sim ao jornalismo
que informa, não padroniza.
Por dizer 7 mil vezes sim
à verdade contra o silêncio dos culpados.
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segunda-feira, 10 de março de 2008
A MÍDIA TÁ DE OLHO É NO PAC DELA
O colunista Klécio Santos, de Zero Hora, pegou o “Bonde da Dilma” andando e quer serviço de bordo. Na coluna de sábado (8/3) se enrolou todo nas próprias teias. Ao procurar aspas em texto mocho resolveu cruzar palavras para comentar as declarações de Lula sobre a “mãe do PAC”, Dilma Roussef. Agora vamos ver que bicho deu essa cruza de opinião com neurose.
“Soa como bazófia Lula dizer que o PAC não é eleitoreiro, justamente quando usa o programa para popularizar a figura de Dilma”, escreveu Klécio.
Segundo o dicionário, bazófia significa, entre outras coisas, ostentação, que é, por sua vez, alarde de qualidades próprias. Então, dizer que o PAC não é eleitoreiro é alardear as qualidades próprias de um governo superior aos anteriores, que ganharam várias eleições, e uma reeleição, lançando pacotes de planos econômicos e comprando a simpatia da mídia com dinheiro público.
Além disso, não estamos em ano de eleições gerais como querem fazer crer os golpistas de plantão: o ministro Marco Aurélio Mello, a oposição e a mídia. Este ano as eleições são municipais, portanto, essa cruza forçada entre o PAC e a legislação eleitoral é estéril, só serve para alimentar parasitas de bonsais.
Outro significado para a palavra bazófia é “guisado de restos de comida”. Qualquer semelhança com o revirado de sobras de frases em questão não é mera coincidência.
“Mas só obras não bastam. Dilma precisa ter contato com o povo e mais jogo de cintura com os políticos. Exigente no trato com demandas públicas, ela não aceita imposições que considera politiqueiras”, aconselha o funcionário da RBS.
Como assim “só obras”? Como assim “só obras não bastam”? Tornar o país exportador de petróleo, acumular reservas internacionais maiores que a dívida externa, fortalecer o mercado interno como "nunca na história deste país", acabar com a Alca sem dar um pio e criar o PAC não basta? Klécio quer mais? Além da abertura dos cofres para seus patrões se esbaldarem.
Dilma precisa de jogo de cintura para convencer o povo que o Brasil está melhor ou ser madrinha da bateria da Mangueira? Ser exigente no trato com a coisa pública e não aceitar politicagem é defeito? O colunista de ZH está criticando, elogiando ou pedindo emprego de marqueteiro da “mãe do PAC”?
O arremate não poderia ser mais enigmático. “Fez pilates, trocou o figurino e emagreceu 12 quilos”. Só fraude, digo, Freud explica essa fixação, o complexo de Édipo de Klécio Santos.
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domingo, 9 de março de 2008
FÓRUM DA OUTRA IMPRENSA POSSÍVEL
Uma das vantagens do rádio é que ele pode ser ouvido enquanto o ouvinte faz outras coisas. É uma trilha sonora disponível e acessível para preencher qualquer roteiro. Caminhando, correndo, criando, construindo, mudando. Em pé, sentado, deitado, acordado, cansado. Muitas coisas podem ser feitas enquanto se escuta rádio em qualquer lugar. É uma ferramenta que não dá para desprezar na luta contra o atraso.
A mídia golpista usa esse veículo como uma prostituta de nascença, ou seja, tecnicamente é uma bela mulher, mas não é indicada para constituir uma nação civilizada porque carrega o passado nas entranhas e sempre corre o risco de perder a cabeça e cair em novas tentações totalitárias como, de fato, tem caído.
Ouvir um debate diário entre pessoas como Marilena Chaui, as Ivanas Bentes e Jinkings, Mino Carta, Emir Sader, Flávio Aguiar, Luiz Carlos Azenha, Bernardo Kucinski, Luiz Nassif e Renato Rovai, entre muitos outros, na RCB - Rádio Carta Brasil, não deixa de ser um ótimo programa, com duplo sentido. Só para citar alguns nomes como exemplo, que podem participar de onde estiverem ao vivo, usando todo o arsenal de conquistas tecológicas disponível, não importa o que estejam fazendo. Um programa descontraído como todo brasileiro, que pode se chamar "roda de fogo", "pausa para o café", "boca livre", "chá das cinco", "senso incomum" ou "terceiras intenções". Não importa, o que vale é o conteúdo. E disso este parágrafo está cheio.
Pode ser o suporte para a exceção à regra da mídia, a blogosfera independente e de esquerda, conquistar seu espaço inquestionável e respeito permanente, garantidos pela constituição e mantidos pelo estado. Como um ponto de referência capaz de atingir o público sequestrado pelas corporações ilegítimas, as capitanias hereditárias da mídia, que mantêm um país inteiro refém de negociantes sem escrúpulos. Ainda bem que seus barcos já estão fazendo água e a situação exige adaptação ao novo estado de coisas.
Cultura. Sen-ti-do. Por mais que pareça óbvio: ordem unida é a saída. A unidade é a alternativa. Ou são preenchidos os vazios informativos e transformadas as tropas de elite em grupos de discussão cada vez maiores, referendados pela sociedade através da audiência e do número de acessos, ou permanece o exílio no qual, pela sobrevivência da espécie, uns batem nas portas dos outros por um prato de notícias ou de visibilidade para não morrer de fome de informação e convivência.
Rádio Carta Brasil é simbolicamente a união de duas grandes cartas brasileiras, a Capital e a Maior. Todos os construtores coletivos da "RCB - A rádio que faz jornalismo" serão carteiros do Brasil no Fórum permanente da outra imprensa possível, até que ela não seja apenas um sonho que se sonha só. Para combater e denunciar as febres amarelas, dengues, apagões aéreos e crises neuróticas da moda enfiadas goela abaixo da nossa democracia endêmica (ainda bem).
Quantos assaltos são executados todos os dias quando são roubados outros pontos de vista sobre o mesmo fato? Quantos sequestros relâmpagos da informação serão necessários até que as vítimas percebam que estão no cativeiro hipodérmico?
Em algumas ações dispersas e outras mais sólidas foram conquistadas grandes vitórias, lembro a fraude do delegado Bruno em 2006, desmascarada pela Carta Capital, Conversa Afiada e Vi o Mundo. Embora ainda sem força e expressão suficientes para influir na destinação dos recursos públicos federais em publicidade, a vaca profana da mídia golpista, que quer de volta suas tetas e não vai descansar até conseguir, a luta continua.
A economia popular e a história ensinam através dos camelôs e dos grandes vultos: vitória no Brasil é no grito, na proclamação da independência e da república, na maior audiência, nas manchetes, na próxima atração inédita e exclusiva, na liquidação das ofertas, no golaço, na vaia, no aplauso, no carnaval, na alegria ou na tristeza, diga ao povo que fico.
Estamos apresentando... algo que nem é original ou genial. É o óbvio ululante, o que está na ponta da língua e diante do nariz. Só falta botar a cabeça no lugar e cuidar da convergência do olhar, ou dos ouvidos, já que de divergências a democracia está entupida.
Como diz Silvio Rodríguez: "se saber não é um direito, seguramente, será um esquerdo".
A sigla de "Fórum da Outra Imprensa Possível" pode ser "FOImPossível", mais uma sigla "mantra" para alimentar a esperança da blogosfera independente e de esquerda.
POST POST
A idéia da Rádio Carta Brasil é uma sugestão do carteiro e do poeta à mídia independente e de esquerda na rede mundial de computadores. O poeta e o carteiro não têm cacife para abraçar o mundo com as pernas. Quem sabe alguns cacifados assumam a proposta e resolvam abraçar a causa. É bom dizer que este é apenas um exercício da liberdade de pensar e imprimir o que pensam carteiro e poeta, não tem nenhuma finalidade de buscar reconhecimento pela sugestão. É coisa de franco (sincero) atirador. Até porque de boas intenções aquele lugar está cheio.
Atualizado às 11h12min de segunda-feira, 10 de março de 2008.
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NOTA DO SINDICATO DOS JORNALISTAS
Repórter tem equipamento apreendidoJornalista é conduzida pela BM Manifestante ferida é socorrida
Fotos: Eduardo Seidl
Nota Oficial
Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul denuncia o impedimento, por parte da Brigada Militar, do exercício profissional de jornalistas na cobertura da ocupação, pelas mulheres da Via Campesina, da Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul. Repórteres fotográficos e cinematográficos foram impedidos de registrar a agressão sofrida por mulheres e crianças que estavam na manifestação, inclusive tendo equipamentos profissionais apreendidos. Outra jornalista foi retirada do local pelos policiais.
Vivemos em uma sociedade democrática de direito e não vamos aceitar as velhas práticas do período da ditadura militar. O Código de Ética dos Jornalistas, em seu artigo 2º, inciso V, aponta que "a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à auto-censura são delitos contra a sociedade". O mesmo Código também identifica, no artigo 6º, ser "dever do profissional opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão".
A Secretaria de Segurança do Estado deve explicações sobre esse fato não só aos jornalistas agredidos no seu direito de trabalhar, mas a toda a sociedade, que foi impedida de ser livremente informada. As constantes denúncias que chegam ao Sindicato revelam que ameaças aos jornalistas têm sido prática constante por parte da Brigada Militar.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS está atento a esse tipo de comportamento e levará o caso à Federação de Periodistas da América Latina e Caribe que, já em sua Carta de Lima, Peru, de dezembro de 2007, exigia dos governos assumir a responsabilidade de garantir a todos os jornalistas o direito à vida, ao trabalho digno, à liberdade de expressão e o direito cidadão à informação.
* Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS
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sexta-feira, 7 de março de 2008
A RETÓRICA DE CHAVES E A DIALÉTICA DE LULA
A eleição de Lula no Brasil e a presença de Chaves na Venezuela criaram condições objetivas para a ascensão da esquerda na América Latina?
A retórica de Chaves cria condições objetivas imediatas para preservar e consolidar conquistas permanentes não só na Venezuela?
A dialética de Lula constrói condições objetivas imediatas para realizar ações permanentes não só no Brasil?
A retórica de Chaves é parte de sua dialética?
A dialética de Lula em parte é sua retórica?
A quem é dirigida a retórica de Chaves?
O que quer dizer a dialética de Lula?
As vitórias de Chaves contra os interesses dos Estados Unidos são relevantes?
As vitórias de Lula contra os interesses dos Estados Unidos são relevantes?
A importância de Lula no fracasso do golpe contra Chaves em 2002 foi nula?
A importância de Chaves no fortalecimento do Mercosul é nula?
A dialética (e a retórica) lulachavista ajudou a eleger Evo Morales (Bolívia), Tabaré Vázquez (Uruguai), Rafael Correa (Equador), Nestor e Cristina Kirchner (Argentina), Michelle Bachelet (Chile), Daniel Ortega (Nicarágua) e vai ajudar a eleger Fernando Lugo (Paraguai)?
A primeira foto acima representa o que Lula tem às suas costas?
A segunda, o que Chaves tem à sua frente?
Por que a Folha restrita de São Paulo sugere a dialética de Lula ou a retórica de Chaves?
Qual é a dialética da retórica do outono da Folha?
Leia a postagem sobre os telefonemas de Chaves que Lula teria ignorado no Bancada Gaúcha.
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quinta-feira, 6 de março de 2008
TUCANERVOS DE AÇO
O tucaneurótico ai de cima, desabafando, o carteiro pescou no Desabafo País.
Radical vem da e vai na raiz do problema.
Por isso tanta tucaneurose.
Eles só quebram galhos.
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THE PERSONAL FRIEND OF PABLO ESCOBAR
Um relatório do departamento de estado dos EUA, de 1993, publicado na Newsweek em 9 de agosto de 2004, diz:
Alvaro Uribe Velez - a Colombian politician and senator dedicated to collaboration with the Medellin cartel at high government levels. Uribe was linked to a business involved in narcotics activities in the U.S. Uribe has worked for the Medellin cartel and is a close personal friend of Pablo Escobar Gaviria.
O Blog do Mello traduziu.
Um relatório do departamento de Defesa dos Estados Unidos de setembro de 1991 faz uma espécie de Quem é Quem no mercado de cocaína na Colômbia. A lista inclui o chefe do cartel de Medellín Pablo Escobar e mais 100 outros criminosos, assassinos, traficantes e advogados pra lá de suspeitos. O número 82 da lista é ninguém menos que Álvaro Uribe Velez, descrito como um político e senador que faz uma ponte entre o cartel de Medellín e a alta cúpula governamental.
Diz ainda o relatório, divulgado pela revista Newsweek em 9 de agosto de 2004, que Uribe esteve envolvido em negócios com drogas nos Estados Unidos, trabalhou para o cartel de Medellín e era amigo íntimo do chefão Pablo Escobar.
Escobar morreu em 1993. Em 2002, Uribe assumiu a presidência da Colômbia. Em 2005, conseguiu uma mudança na Constituição tornando possível sua reeleição. O que aconteceu. Agora está tentando nova mudança que lhe permita buscar um terceiro mandato.
The End? Terceiro mandato? Uribe pooode! Lula não pooode!
Os originais dessa postagem são da República Vermelha.
O carteiro e o poeta só temperaram com algumas frases e imagens de efeito.
Atualizado às 17h57min de sexta-feira, 7 de março de 2008.
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quarta-feira, 5 de março de 2008
LULA: DECISÃO DA OEA FOI MADURA E RÁPIDA
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou de "extremamente importante, madura e rápida" a resolução firmada hoje (5) pelos integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a criação de uma comissão que vai investigar as circunstâncias da incursão militar da Colômbia no Equador.
"Acho importante, porque vamos aprendendo também que, por mais soberano que seja um país, ele é soberano no seu território e não no território dos outros. Se a gente permite que isso [invasões de territórios] continue acontecendo sem que haja uma ação em conjunto de todos os países, amanhã qualquer fronteira pode ser violada, e as pessoas acham que não têm que dar explicações".
A comissão foi uma proposta feita pelo governo brasileiro à organização internacional. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, ficou acertada uma reunião de chanceleres para tratar da questão.
O presidente disse, ainda, que "pede a Deus" que a harmonia entre os dois países se restabeleça, porque, segundo ele, somente com a paz a América do Sul conseguirá se desenvolver.
"Não há nenhuma perspectiva desse continente dar um salto de qualidade, de crescer economicamente, socialmente, se a gente não estiver vivendo uma política de paz, harmonia e tranqüilidade; se os países não forem verdadeiramente irmãos".
As declarações foram dadas antes de Lula participar da cerimônia de lançamento do 2º Plano Nacional de Políticas para a Mulher, no Palácio do Planalto.
Talvez agora os críticos afoitos da suposta lentidão do governo brasileiro se acalmem e aprendam que as coisas no papel são diferentes da realidade e que não é uma questão de chegar antes, é o que é feito durante para construir o que vem depois.
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QUANDO A ESQUERDA ENDIREITA
O mais paradoxal na dialética da vida (aquela que não pode ser corrompida pela retórica) é quando a esquerda cai na armadilha da direita: a dependência cultural de heróis, personalidades e do individualismo em detrimento da construção coletiva e do despreendimento pessoal, ou seja, do comprometimento com a classe que diz representar.
É tão difícil perceber que esses são os pilares do capitalismo?
Ainda por cima, são lâminas afiadas nas mãos dos conservadores (aqueles que têm o que conservar, incluindo coisas materiais e imateriais, objetivas e subjetivas, além de certas carreiras políticas, acadêmicas e profissionais, ou tudo ao mesmo tempo) usadas como armas letais no aniquilamento da reputação do adversário reduzido a um só-cialista.
Estão faltando marxistas no marxismo: pessoas que traduzam com suas próprias vidas as idéias que defendem para que o chamado senso comum (expressão muito conveniente para os acomodados) compreenda e seja protagonista no desenvolvimento de sua própria consciência crítica, sem virar dependente químico e psíquico de mandatos-muletas.
Por que nossas ruas e locais públicos levam o nome de pessoas e não das causas pelas quais essas pessoas (e as outras, as que não aparecem na foto oficial) lutaram, com raras exceções?
O exército de um homem só luta contra seus inimigos interiores, nada mais. Ninguém faz nada sozinho, essa é a grande diferença entre ser de esquerda e ser de direita.
A direita é um exército de homens sós lutando contra seus pesadelos imaginários, sonhando sonhos diferentes uns dos outros, exclusivos. Dom Quixote que o diga, Cervantes tarde do que nunca.
A esquerda é um exército de homens sonhando juntos, acordados, o mesmo sonho: transformar o pesadelo real criado pelos sonhos diferentes dos homens sós, derrotados por eles mesmos, em sonhos iguais, inclusivos, construídos por todos ou, pelo menos, pela maioria.
Mas certos teóricos de esquerda só ficam na platéia quando estão no palco, seguindo o roteiro que eles mesmos escrevem e não abrem mão do aplauso ou da vaia. Essa, ao que parece, é a única democracia que oferecem aos "protagonistas" figurantes: aplaudir ou vaiar.
Raras vezes ou nunca trocam de lugar com eles.
Alguns, inclusive, participam do espaço democrático e republicano que é a internet como professores avaliando alunos.
Contra isso eu grito: carteiraço na blogosfera, não.
Aqueles que tiveram acesso ao conhecimento construído pela humanidade e guardam para si, incapazes de compartilhar o que receberam de graça (mesmo o ensino pago é um espaço público oferecido pela sociedade, que o sustenta com seus impostos ou sacrifícios), são tão conservadores quanto as oligarquias rurais financiadas com recursos públicos, sem prestação de contas ou contrapartida social.
A figura retórica da geração de emprego ou produção intelectual, apresentada aos ingênuos, nem se compara com a verdade dialética do lucro ou do status quo que usufruem.
Como diz Tetê Catalão: "Se é do eu é céu, se é do ego é cego".
Há mais contradições para trazer à tona, pelo menos do ponto de vista de alguém que não passou para o outro lado, o lado das celebridades de direita ou de esquerda, e por isso representa em parte a parte que sustenta esse debate com o seu anonimato, tão útil quanto desprezada: o povo.
Por essas razões sou muito mais nós. É nossa única chance de mudar esse quadro antigo.
O resto é shareware: o usuário pode instalar, testar e se quiser continuar utilizando deve comprar a licença de uso para receber o serial que destrava o software, inacessível para pobres diabos.
Pelas mesmas razões, respeitando todos que pensam diferente, não entro nessa corrida inútil de prêmio Ibest e tal: não voto em saite algum e nem entro na correria.
Embora valorize e respeite o trabalho dos militantes da blogosfera de esquerda e os independentes.
Acho que os blogues não devem terceirizar seu papel, que é divulgar, reproduzir e multiplicar constantemente uns aos outros no combate ao PUM do PIG. Uma autêntica construção coletiva.
Tem muita gente perdendo mais tempo pedindo voto do que prestando atenção nos outros.
Essa lógica é conservadora: the best, o mais acessado, o melhor, o rei da rede, o campeão e etc.
É como aquelas eleições de rainhas estudantis que arrecadam fundos para as escolas, nas quais quem vende mais votos vence.
Até nisso a direita leva vantagem e nos bota no bolso.
Deixo isso para quem vive e se alimenta da competição sem perceber que acaba vendo os outros como concorrentes e não como companheiros.
É assim que eles nos dividem e mantém ocupados enquanto fazem das suas longe das nossas vistas, soltos de pata, como se diz no Rio Grande.
Nada substitui a diversidade e a pluralidade.
Não quero ser mais ou menos que ninguém.
Tô fora dessa corrida maluca.
Chega de ser pautado pela direita.
Atualizado às 16h39min de quinta-feira, 6 de março de 2008.
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THE NEW SOUTH AMERICA - COLUMBIA, USA
Esse linque AQUI foi deixado como comentário na postagem abaixo. Se é vírus, azar do carteiro. O poeta tem certeza que não é vírus de computador, mas que vem com uma puta dor de cabeça, isso vem.
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PAZ, AMOR E VIDA VERSUS SEXO, DROGAS E VIOLÊNCIA
Na Periferia do Império o carteiro viu o que sua intuiSAT já havia registrado assim que o ataque terrorista dito colombiano ocorreu contra o Equador.
Segundo um comunicado do Council on Hemispheric Affairs (COHA), grupo acadêmico norte-americano especialista em assuntos do hemisfério, é muito provável que os Estados Unidos estejam envolvidos na incursão militar colombiana no Equador.
No comunicado, emitido nesta-segunda-feira (3/3), os especialistas questionam o papel desempenhado pelo Southcom, o chamado Comando Sul dos EUA baseado em Miami, no "planejamento, no fornecimento e na realização" da intervenção colombiana no Equador.
Segundo o COHA, um "think tank" fundado em 1975, a contribuição militar norte-americana pode ter incluído a entrega de dados de inteligência baseados em satélites e sensores de calor, de bombas inteligentes, além de especialistas militares.
Destacam também o uso de helicópteros Black Hawk, fornecidos sob os auspícios do Plano Colômbia, a multibilionária ajuda militar que transformou a Colômbia no terceiro maior receptor de tais assistências em todo o mundo.
As dúvidas sobre os supostos ataques terroristas conhecidos como 11 de Setembro também ainda continuam porque a nação mais poderosa do planeta é governada pelo crime organizado internacional: a indústria armamentista e seus departamentos, entre eles, o de narcotráfico e terrorismo de estado.
Há também o de agitação da libido e propaganda enganosa.
Para manter a fachada de legalidade, a fábrica da morte tem em Hollywood e na mídia duas máquinas de controle cultural absoluto.
Quem ainda alimenta dúvidas sobre o assunto, na ânsia de ser mais realista que o rei, deve ler e reler os "Documentos de Santa Fé", que ditaram o "desenvolvimento" cultural e, em conseqüência, o ritmo e o rumo da redemocratização da América Latina.
Sua tática: submeter a república dos sentimentos humanos e humanitários: paz, amor e vida; ao império dos sentidos: sexo, drogas e violência.
A idade média em pleno terceiro milênio, a revolução francesa pelo avesso.
As famílias real da Arábia Saudita e Bin Laden (esta, sócia da família Bush) têm alguma coisa a ver com a crise das hipotecas nos Estados Unidos, já que possuem juntas investimentos de mais de 3 trilhões de dólares no setor imobiliário estadunidense, segundo Michael Moore?
Essa mesma máfia internacional assiste a independência do capitalismo sendo destruída justamente pela sua dependência da boa vontade da classe explorada.
Será a vingança dos inquilinos?
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segunda-feira, 3 de março de 2008
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS BASES
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz aurora
Não espera amanhecer
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CRISE SERÁ DISCUTIDA NA OEA
A Agência Brasil postou às 16h40.
A crise entre Equador e Colômbia provocada pelo assassinato de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por ordem de Alvaro Uribe, presidente colombiano, em território equatoriano, será discutida pela Organização dos Estados Americanos (OEA) em sessão extraordinária.
Mercosul espera "explicação convincente" sobre incursão militar (clique aqui)
Deputados governistas pedem mediação brasileira na crise (clique aqui)
Colômbia pede desculpas pela invasão (clique aqui)
General colombiano aponta relação entre Equador e as Farc (clique aqui)
Para pesquisador, guerra é improvável (clique aqui)
O carteiro, depois de assitir o filme "Jogos de Poder" entrou-se com essa:
- Houve movimentação na base americana mais próxima do ataque terrorista contra as Farc?
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COLÔMBIA, ESTADO TERRORISTA
A quem fecha os olhos para ver a dor
A quem os abre para saber o autor
A quem não é cego
A quem não cega
A quem não se cala
A quem não cala
A quem fala
O poeta indica a leitura da postagem do Cristóvão Feil, comandante-em-chefe do Diário Gauche.
Mas não deixe de clicar nos linques e assistir os dois vídeos que contam a história das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, uma legítima verdade inconveniente.
Colômbia insurgente
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quer o seu terceiro mandato, mesmo que a custa de uma guerra internacional na América do Sul. Nada importa a esse boneco de ventríloquo dos falcões da Casa Branca, pró-homem do narcotráfico e dos paramilitares direitistas colombianos. Importa apenas o poder do terceiro mandato, agora. Para tanto, invadiu dias atrás o território equatoriano e eliminou membros guerrilheiros das FARC’s (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o líder armado Raúl Reyes. Uribe quer o confronto, quer a radicalização para se impor como a única solução viável e “constitucional” de liberais e conservadores da Colômbia. Mas está sendo duramente denunciado e repelido por Hugo Chávez e Rafael Correa, respectivamente presidentes da Venezuela e Equador.
A história do país de Garcia Márquez está pontuada por tipos assim, de assassinatos, traições e golpes de mesa. As FARC’s surgiram após uma tentativa de golpe dos conservadores em abril de 1948, com o famoso Bogotazo, quando parte da Capital foi destruída por milhares de manifestantes enfurecidos e onde morreram em poucas horas mais de três mil pessoas, e 300 mil nos anos seguintes, até 1953.
Veja o vídeo aqui (parte 1) e aqui (parte 2).
Tratam-se de documentários ainda do tempo do presidente Pastrana, antes de 2002, mas que dá uma idéia do que são as FARC’s, de Manuel Marulanda, o Tirofijo, que não são vulgares narcotraficantes ou terroristas, conforme diz a propaganda norte–americana, aqui repetida pelo PIG, bem como a guerrilha do ELN, do padre Camilo Torres, morto em 1966.
No cartum de Latuff, que ilustra a postagem, o czar das drogas John Walters e o presidente colombiano Alvaro Uribe destruindo fazendas, fazendeiros – e a floresta amazônica – em nome da guerra contra as drogas.
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