segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

ASSASSINATO DE JANGO

Gustavo de Mello leu em La Republica e avisou o carteiro, que traduziu um pedaço e lincou o texto original em espanhol no final da postagem. Cá entre nós, a história sempre aparece. Essa é a melhor parte das ditaduras: o cenário cai por falta de conservação e o palco fica nu.

Revelação: O médico uruguaio Carlos Milles teria envenenado João Goulart e Cecília Fontana de Heber

As mortes do capitão Adonis

O ex-agente uruguaio Mario Neira Barreiro, preso em Porto Alegre, contou à televisão brasileira como foi assassinado o presidente deposto do Brasil. A família de Jango pediu a reabertura do caso. Seriam os mesmos assassinos que enviaram as garrafas de vinho envenenado que mataram a mãe do senador Luis Alberto Heber.

Um médico uruguaio que atuava com os serviços de inteligênc
ia da ditadura sob o codinome “Capitão Adonis” seria o mesmo que adulterou os medicamentos do ex-presidente brasileiro João Goulart para assassiná-lo em 1976 e também injetou o veneno na garrafa de vinho com a qual foi provocada a morte de Cecilia Fontana de Heber em 1978.

Um criminoso uruguaio preso há vários anos em uma prisão de segurança máxima de Porto Alegre, Mario Ronald Neira Barreiro, que confessou ser um ex-agente secreto do Uruguai, revelou à imprensa brasileira que teria sido o médico uruguaio Carlos Milles quem preparou o veneno nos dois crimes políticos.


No final de 2002, La Republica entrevistou Neira Barreiro pela primeira vez em uma prisão do Rio Grande do Sul e o uruguaio, processado então por assalto à carros-fortes, havia mencionado o mesmo médico, hoje falecido, como o responsável pelos envenenamentos.

A identidade de Carlos Milles foi publicada sob as iniciais “CM”, porém seu nome foi revelado por La Republica em depoimento diante da juíza penal de 9° Turno, Gabriela Merialdo, durante o processo das garrafas de vinho envenenadas com as quais foi morta a esposa do dirigente blanco Mario Heber e mãe do senador Luis Alberto Heber. O novo depoimento de Neira Barreiro realizado em três horas de gravação, registradas pela TV Câmara do Congresso do Brasil, teve ampla repercussão na imprensa do vizinho país e motivou os familiares do presidente deposto João Goulart a apresentar uma denúncia penal para que se volte a investigar judicialmente um eventual homicídio. Neira Barreiro, que agia com o codinome de “Tenente Tamús”, sustenta que integrava um grupo de trabalho denominado “Grupo de Ações Militares Anti-subversivas" (GAMA) que não pertencia aos serviços de inteligência, nem da polícia, nem das Forças Armadas, mas agia em coordenação com todas as agências de espionagem.


O texto é de Roger Rodríguez.

Leia mais em espanhol AQUI.

E a postagem do Diário Gauche AQUI.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Na justiça tupiniquim tem 2 tipos de morosidades, a sistêmica e a ativa. No caso do assassinato de Jango, assim como nos casos das demarcações das terras indígenas e do acesso às informações dos mortos do Araguia, temos em tela a tal da morosidade ativa, isto é, interposição de obstáculos, para que tudo permaneça na inércia.

A tal da sociedade civil e os movimentos organizados, como o MST, por exemplo, devem exigir solução. Passou da hora.

armando