sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

CORRESPONDENTE IPIRANGA
VEÍCULO DE MÁS NOTÍCIAS


Hoje de manhã, quando ouvia o Correspondente Ipiranga da Rádio Gaúcha AM, por volta de 8h, uma coisa me chamou a atenção. Lá pelas tantas, no final do segundo bloco do informativo, o apresentador Leandro Staudt anuncia:

- Em instantes, menina de seis anos é morta na zona norte de Porto Alegre.

Até aí nada mais pitoresco, trágico, dramático e emocional que o próprio critério usado para noticiar o fato. Pero la cosa se pone peluda quando, depois do anúncio jornalístico, vem o anúncio comercial do patrocinador sem nenhuma pontuação gráfica audível separando as orações, narrado por uma voz feminina:

- Promoção Ipiranga X-Games, troque o óleo do seu carro no jet oil, ganhe um brinde e concorra a uma viagem com dez acompanhantes para os X-Games em Los Angeles.

Cada louco com sua mania. Uns gostam dos óleos, outros das lágrimas. Mas algumas dúvidas incomuns do senso comum não querem calar.

Afinal, a morte da menina é uma promoção do patrocinador?

Ou o patrocinador se promove porque o anúncio da próxima atração jornalística, a morte de uma menina na zona norte, atrai a atenção do ouvinte, aumenta a audiência e potencializa as vendas?

Ou a Ipiranga prefere ligar sua marca aos fatos negativos tratados sem critérios de respeitabilidade pela Rádio Gaúcha AM?

E se o senso comum resolver, de uma hora para outra, virar penso o incomum e boicotar o patrocinador?

Na mesma página do Correspondente Ipiranga, no ClicRBS, o senso comum também foi despertado para algo que seria apenas mais um falha de revisão. A chamada e o linque para o mesmo correspondente, das 20h, deixam dúvidas.

- Polícia investiga fralde milionária na área da saúde no Litoral Norte.

Por pura desconfiança, a prova do crime foi salva. Já que estamos falando da RBS, cabem outras observações incomuns.

Será que o pessoal do Clic virou dependente químico de trocadilhos e neologismos?

Na chamada, fralde é neologismo para fraude na fralda ou para fraude de fralda?

A notícia é sobre fraude milionária na fábrica de fraldas?

A polícia investiga a compra superfaturada de fraldas?

Uma quadrilha de crianças fugiu da creche, invadiu o posto de saúde, ensacou todo o estoque de chupetas, mamadeiras, chocalhos, pomadas contra assaduras e mantém médicos, enfermeiros e funcionários como reféns há 24 horas?

A Brigada Militar chamou uma psicopedagoga para negociar com os meliantes?
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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

CARTA MAIOR
O SONHO NÃO ACABOU


O compositor cubano Silvio Rodrígues acredita que o socialismo cubano não deve deixar de sonhar.

Para ele, o socialismo deve ser sempre aperfeiçoável:

- Somos parte do chamado Terceiro Mundo, onde o modelo neoliberal está em crise. Ou seja, por história, por possibilidades, nível de desenvolvimento e até por geografia acho que o sistema que nos corresponde é o mesmo que temos, ou seja o socialismo.

Palavras de Silvio Rodríguez publicadas na Agência Carta Maior.

Leia mais aqui.

Na foto do cubaencuentro.com, Silvio Rodríguez e Fidel Castro em 2004.
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ENTRELINHAS
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS


Luiz Antonio Magalhães observou nas Entrelinhas (clique aqui):

FOLHA ON LINE (clique aqui)

Desemprego sobe para 8% em janeiro e renda fica estável, diz IBGE

AGÊNCIA BRASIL (clique aqui)

Desemprego em janeiro é o segundo menor desde março de 2002, revela IBGE

E comentou:

Nenhum dos títulos está errado, os dois retratam a mesma realidade. A má-vontade da Folha, porém, é evidente. Todo mês de janeiro o desemprego sobe, se comparado a dezembro, mês de fortes contratações temporárias. Em relação a janeiro do ano passado, o desemprego recuou e este é o dado mais relevante do material divulgado pelo IBGE.

Aline Beckstein, repórter da Agência Brasil, também escreveu:

Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada, hoje, a taxa de desemprego caiu 1,3 ponto percentual em relação a janeiro do ano passado, quando ficou em 9,3%, e cresceu 0,6 ponto percentual em relação a dezembro de 2007 (7,4%).

(clique aqui para ler mais)

É o jornalismo de conveniência testando hipóteses.

Se colar, colou.

Mas havia um blogue independente no meio do caminho.
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André Lux criou essa capa da Veja para o saite da Fórum.

Ele é editor de Blogues Independentes da revista.
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PIGirls
QUALQUER SEMELHANÇA
É VELHA COINCIDÊNCIA



Quem disse que não dá?
Na blogosfera dá!
Para desmascarar a imprensuja.

Qualquer semelhança com Miriam Leitão (Big PIG em inglês) ou Eliane Cantanhêde é sim uma velha coincidência.

A charge do Bira o carteiro roubou emprestada da Helena nOs Amigos do Presidente Lula.
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PEDRO DE TODOS
QUEM SABE FAZ AURORA, NÃO ESPERA AMANHECER


O carteiro e o poeta pegam carona no Desbafo País, do Daniel Pearl, e nOs Amigos do Presidente Lula, da Helena Sthephanowitz, junto com os militantes do MST, para homenagear o Pedro de Todos (dom Pedro Casaldáliga) pelos seus 80 anos de coerência e exemplo de vida, cumpridos à risca no último dia 16 de fevereiro de 2008.

O lema da sua atividade pastoral:

nada possuir,
nada carregar,
nada pedir,
nada calar e,
sobretudo,
nada matar.

O poeta encontrou no fundo do baú sua identidade vital com o apostolado de dom Pedro de Todos:

não quero ser p[r]o[f]eta
só o que tenho quero ser
quero ter só o que sou
coisalguma quero ser
alguma coisa quero ter
aquilo que possa levar
tanto quanto me leve
a qualquer eterno lugar...

Frei Beto escreveu Dom Pedro Casaldáliga, santo e herói:

(...) Dom Pedro tem sido alvo de inúmeras ameaças de morte. A mais grave em 1976, em Ribeirão Bonito, no dia 12 de outubro - festa da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Ao chegar àquela localidade em companhia do missionário e indigenista jesuíta João Bosco Penido Burnier, souberam que na delegacia duas mulheres estavam sendo torturadas. Foram até lá e travaram forte discussão com os policiais militares. Quando o padre Burnier ameaçou denunciar às autoridades o que ali ocorria, um dos soldados esbofeteou-o, deu-lhe uma coronhada e, em seguida, um tiro na nuca. Em poucas horas o mártir de Ribeirão Bonito faleceu. Nove dias depois, o povo invadiu a delegacia, soltou os presos, quebrou tudo, derrubou as paredes e pôs fogo. No local, ergue-se hoje uma igreja. (...)

Para ler todo o artigo na Adital (Agência de Notícias da América Latina e Caribe) clique AQUI.
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

CALDEIRÃO DO HUCK
A FARSA DO LATA VELHA

O carteiro ficou sabendo ao visitar Os Amigos do Presidente Lula.

A postagem da Helena Sthephanowitz revela que o quadro Lata Velha, do Caldeirão do Huck, é uma grande farsa. A fraude foi desmascarada por João Marcelo, um (in)feliz contemplado (enganado) pelo programa da Rede Globo. Com a intenção de baratear custos e cumprir a promessa, o carro antigo a ser restaurado foi trocado por outro, que então foi reformado para se parecer com o original. Após, começa a segunda etapa, uma série de propostas e tentativas de suborno para manter o cliente calado, incluindo até falsificação de documento e de assinatura.

Se um quadro supostamente simples como o Lata Velha tem tantas fraudes, apenas para conseguir lucrar em cima, quantos podres ainda estão sob as mentiras e calúnias da Globo?

Pergunta Helena na postagem e prevê.

Um dia a casa cai.

Parece que a avalanche sobre a vida globandida está apenas começando.

O Brasil de Fato tem novidades sobre a compra da TV Paulista pela Globo. Segundo um perito do Instituto Del Picchia de Documentoscopia, as falsificações são grosseiras. O laudo do instituto constatou que os recibos para comprovar a operação são falsos. Leia mais aqui. Há também a cronologia do golpe aqui. É o que dá construir império de comunicação nas encostas da legalidade. Um dia vem uma enxurrada e leva tudo por àgua abaixo.
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LUGO ALLÁ
ESQUERDA LIDERA PESQUISAS ELEITORAIS NO PARAGUAI

O carteiro encontrou a notícia da Ansalatina lá na Periferia do Império.

O ex-bispo Fernando Lugo, candidato de oposição à presidência, lidera as pesquisas de intenção de voto, divulgadas hoje, para as eleições de 20 de abril no Paraguai. Em segundo lugar, aparece a candidata do governo, a ex-ministra da Educação e candidata pelo governante Partido Colorado Blanca Ovelar, seguida pelo general na reserva Lino César Oviedo. Na pesquisa do Instituto de Comunicação e Arte (ICA), Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança, aparece com 31,1% das intenções de voto; Blanca com 25,5%, e Oviedo com 23,9%. A pesquisa da consultoria Geo aponta Lugo na liderança, com 39,9%, seguido por Blanca, 26,6%, e Oviedo, 22,4%. Esta é a primeira vez que o Partido Colorado, há mais de 60 anos no governo, corre o risco de deixar o poder. (
ANSA)

A propósito de notícias como esta, tão raras no Brasil (os midiotas querem nos fazer acreditar que EUA e Europa estão mais perto que nossos irmãos sulamericanos), as coincidências não param por aí e acabam sempre denunciando as verdades escondidas atrás das mentiras ou os berros sequestrados pela quadrilha de silêncios.

Não é à toa que o PIG (Partido da Imprensa Golpista, segundo Paulo Henrique Amorim) significa porco em inglês, ou seja, aquele animal que se enrola e se alimenta com tanta naturalidade na lama e no lixo (seu eco e egossistema) que se confunde com ambos.

Para provar e comprovar a tese do poeta, o carteiro lembra ainda que o PIG solta o PUM (Pensamento Único da Mídia, segundo Luiz Carlos Azenha) para o lado contrário ao que está virado.

Ora, o pum é composto pelos gases resultantes da alimentação em contato com o suco gástrico e sofre pressão dos interesses intestinais, mas devemos levar em conta o estado emocional também porque muita ansiedade produz muita toxina e assim vai ao ar ou sai por aquele lugar.

A qualidade nutricional sólida encontrada nos mares de lama e nos lixões do PIG, além da sua extensão gasosa, o PUM, é contra-indicada para quem não possui estômago de tubarão.

Aí, mais uma coincidência: tubarão, predador, capitalismo, mais forte engole mais fraco e etc.

Pois o PIG instala seus observatórios nos limites territoriais do Brasil e da América do Sul com todos os sensores virados para os Estados Unidos e Europa.

De costas para o Brasil e a América do Sul.

Por causa do PIG, conhecemos
mais as peculiaridades sexuais da realeza européia, na sua real promiscuidade, do que sobre mais um embaixador estadunidense que tenta dividir mais um país sulamericano, a Bolívia, para roubar suas riquezas naturais e impedir seu povo de assumir o controle sobre seu território.

Enquanto isso, nós nos distraímos com os pêlos pubianos da Europa e dos EUA.

Por que as redes de televisão bancadas com dinheiro público têm sucursais gástricas na Europa e nos EUA, que enviam boletins diários, e as sucursais gástricas na América do Sul não fedem nem cheiram?

Para uns o PIG mostra sua cara de bunda.

Para outros mostra só a bunda e solta o PUM na nossa cara.
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008


Por analogia, Wiliam Hommer filosofa.

- Dentro de mim existem duas globos.

- A globo do ódio (da falsificação de documentos, da manipulação da informação e da censura sobre sua própria história) e a globo do amor (neste caso, amor mais amplo, que obviamente não entra na grade de programação porque não é limitado ao ato sexual e à dança do cio em horário nobre).

Se alguém se atreve a perguntar o placar, ele testa hipóteses.

- Acesso restrito.
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CORREIO DA CIDADANIA
RAÍZES DA GLOBALIZAÇÃO

A globalização iniciada no final do século 20 é diferente, em muitos aspectos, das globalizações anteriores. Ela resulta do processo de desenvolvimento histórico desigual do capitalismo, desde o século 18, que criou países capitalistas altamente desenvolvidos, medianamente desenvolvidos, em desenvolvimento, e países tidos como inviáveis. Processo que levou a diferentes tipos de guerras, inclusive guerras imperialistas mundiais, e a revoluções e guerras revolucionárias. E conduziu, durante o século 20, ao surgimento de países socialistas, ao fim do colonialismo, à implantação de welfare states em países capitalistas da Europa e à Guerra Fria.

Nos países altamente desenvolvidos, já em meados do século 20, o capitalismo havia ingressado na utilização das ciências e das tecnologias como as principais forças produtivas de seu modo de produção. A conseqüência foi o aumento veloz do capital constante das empresas, a elevação da produtividade do trabalho, a redução do capital variável, isto é, da força humana de trabalho, e o decréscimo da taxa média de lucro, ou da margem de rentabilidade. O capitalismo, nesses países, apesar, ou por causa de sua pujança tecnológica, começou a enfrentar crescente dificuldade para realizar sua reprodução ampliada.

Nos países medianamente desenvolvidos, seu capitalismo realizou esforços para ingressar na era das ciências e tecnologias, como principais forças produtivas, de modo a competir com os produtos dos países altamente desenvolvidos. Com isso, também começaram a ver-se diante de problemas idênticos aos enfrentados pelos países de capitalismo avançado.

Nos países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, o capitalismo mesclou-se a formas historicamente anteriores de produção, gerando altas taxas de mais-valia absoluta, mas avançando pouco na utilização das ciências e tecnologias como forças produtivas de primeira ordem. E nos países tidos como inviáveis, supondo-se principalmente países localizados na África, Ásia, e América Latina, o capitalismo praticamente só estava presente, a exemplo do século 19 e princípios do século 20, como importador de matérias primas e exportador de manufaturados.

Entre os países socialistas havia a União Soviética, medianamente desenvolvida, os países do leste europeu e a China, em desenvolvimento, e a Mongólia, Vietnã, Cuba e Coréia do Norte, considerados inviáveis. Sem contar com os mecanismos capitalistas de desenvolvimento das forças produtivas, esses países encontraram crescente dificuldade para gerar riqueza ampliada. Passaram a rebaixar a riqueza existente e a redistribuir pobreza.

Assim, a partir dos anos 1980, tomando como parâmetro o capitalismo avançado, muitos acreditaram que a nova globalização consistiria na destruição de tudo que não fosse gerado pelas ciências e tecnologias. A indústria seria suplantada pelos serviços e os trabalhadores pelas máquinas. Para os ideólogos capitalistas, era a glória. Para os anti-capitalistas, o caos. A realidade está se mostrando mais complexa.

O carteiro colheu sem pedir do Pomar do Wladimir no Correio da Cidadania, cujo título original é As raízes da globalização do século 21. Tirou uma casquinha e deixou sobre o banco de idéias maduras ou amadurecendo para a conveniência dos visitantes.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.
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RS URGENTE
DE OLHO NA FRAUDETRAN

Entrou no ar hoje o blogue De olho na fraude, o informativo digital da CPI do Detran.

Produzido pela assessoria de imprensa da bancada do PT na Assembléia Legislativa, o blogue pretende informar a sociedade sobre os trabalhos da CPI do Detran.

A idéia é contar o que acontece na frente e atrás das câmeras durante as audiências públicas da comissão.


Clique
AQUI para ver.

O carteiro viu de canto de olho no blogue do Marco Weissheimer.
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domingo, 24 de fevereiro de 2008

TERRITÓRIOS DA CIDADANIA
11 BILHÕES PARA ÁREAS MAIS POBRES

A matéria é da repórter da Agência Brasil, Deborah Xavier. Para ler toda é por aqui.

As regiões do país com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) receberão a partir deste ano os principais programas do governo federal de forma integrada. A iniciativa, denominada Territórios da Cidadania, reunirá 135 ações de 19 ministérios que pretendem atender em 2008 cerca de mil municípios brasileiros. O programa de integração das ações do governo, com investimento previsto de R$ 11,3 bilhões, será lançado oficialmente amanhã (25) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A idéia é atender, neste ano, 60 territórios e, em 2009, 120 em todo o país. Mais de 2 milhões de famílias de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, famílias de pescadores e comunidades tradicionais terão acesso às ações.

Assim já é goleada.

Embora o
campeonato por pontos corridos seja longo e essa partida ainda não tenha terminado.

É melhor continuar ajudando os companheiros e garantir esses três pontos:

país exportador de petróleo,
nação sem dívida externa e
povo imune ao veneno da mídia
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Bola pro mato que o jogo é de desmatamento e eucaliptoxinas.

Marcação pega-ratão, defesa monolítica e ataque em blogue.

O segredo do acesso à qualidade devida aos imigrantes clandestinos no capitalismo.

A foto de Wilson Dias, da Agência Brasil: um lar em Brazlândia (DF), localizado em assentamento de reforma agrária, em região contemplada com ações do programa Territórios da Cidadania. Clique na imagem para ver melhor.
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ALÔ, ALÔ MARCIANO
PIG COM O PUM VIRADO PRA LUA


Luiz Antonio Magalhães escreveu nas Entrelinhas para o Correio da Cidadania:


O fracasso da oposição e da imprensa

Se um marciano chegasse no começo de janeiro de 2008 ao Brasil e começasse a ler o que estava saindo nos grandes jornais nacionais ou a assistir e ouvir ao noticiário das emissoras de televisão e rádio, em poucos dias formaria a seguinte opinião sobre o país:

1. O presidente da República não passa de um fanfarrão corrupto, cuja popularidade só pode ser negativa. A oposição, em franca ofensiva política, já deveria estar preparando os termos de um pedido de impeachment.

2. A economia do país estava em vias de sofrer uma verdadeira hecatombe por causa de uma gravíssima crise nos Estados Unidos que já ameaça devastar o sistema capitalista e acabar com a oferta de crédito no sistema financeiro internacional.

Permanecendo no Brasil, o marciano começaria a circular pelo país, a conversar com as pessoas, ouvir a tal voz rouca das ruas de que falava um ex-presidente de triste memória. Em pouco tempo, certamente começaria a achar estranho que quase tudo o que sai na imprensa tupiniquim não corresponde muito bem ao que ele consegue apreender no contato com a população e na observação dos fenômenos da economia local.

Em fevereiro, o marciano começa a desconfiar que a mídia brasileira é um tanto esquizofrênica, pois começa a ler notícias sobre a altíssima popularidade do presidente da República e uma seqüência de excelentes notícias para a economia nacional: geração recorde de empregos, aumento vertiginoso na venda de automóveis, fim da dívida externa do país, a moeda nacional apreciando e os mercados financeiros bastante animados.

Alguém já disse que entender o Brasil não é tarefa para amadores. De fato, nada por aqui é muito fácil. Como explicar, tendo em vista o efusivo apoio da imprensa, o absoluto fracasso da oposição na campanha que vem sendo realizada desde a primeira posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2003, para colar nele a pecha de corrupto, inepto, beberrão e ignorante? Como explicar que, a despeito de todo o esforço que a mídia brasileira tem realizado para reduzir as expectativas dos brasileiros no sucesso do país, este entusiasmo com o crescimento siga tão inabalável, de maneira a fazer a economia girar com novos investimentos, contratação de mão-de-obra e uma firme aposta no desenvolvimento do mercado interno?

A má vontade da imprensa brasileira com o governo Lula já é parte da história do Brasil, embora esta história não esteja ainda escrita, é claro. No futuro, os pesquisadores terão nos jornais uma excelente fonte para entender o comportamento de uma elite que resiste a largar o osso. O preconceito contra o presidente-operário, a negação de que qualquer fato positivo no país possa ter a mais remota relação com atos do governo, tudo isto ainda vai ser objeto de exame mais detido pelos futuros historiadores, mesmo porque ainda há muito por vir sob a presidência de Lula. De qualquer forma, a marca mais forte do governo Lula até agora parece mesmo ser o fracasso das oposições e da imprensa em tentar jogar o povão contra o presidente. Mas este é um jogo que continua em curso.



Luiz Antonio Magalhães, 37 anos, é jornalista. Trabalha desde 2000 no jornal DCI (Diário do Comércio, Indústria e Serviços), onde é editor de Politica e Cidades, e no site do Observatório da Imprensa, como Editor-Adjunto. Antes, trabalhou neste Correio entre 1995 e 2000 - foi diretor-adjunto do jornal. Formado em história pela Universidade de S. Paulo, Magalhães também cursou Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas. Começou a carreira de jornalista em 1994, na Folha de S. Paulo, como redator na editoria de Cotidiano. Desde 2006, trabalha também como professor do curso de Jornalismo Político promovido pelo site Comunique-se. Edita o blog Entrelinhas e faz parte do Conselho Editorial do jornal Brasil de Fato.

Esse breve currículo vital foi copiacolado daqui.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

DÍVIDA EX-TERNA
QUINHENTOS ANOS EM CINCO



O carteiro escolheu a postagem do Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada para comemorar aquilo que o PIG tenta esconder dando PUM na nossa cara.


Quando FHC deixou o Governo, em dezembro de 2002, o Brasil tinha uma dívida externa de US$ 165 bilhões.

Hoje, a dívida externa do Brasil, segundo o Banco Central, é de MENOS US$ 4 bilhões (
clique aqui).

Quando FHC deixou o Governo, em dezembro de 2002, as reservas do Brasil eram de US$ 38 bilhões.

Hoje, segundo o Banco Central, as reservas são de US$ 180 bilhões.

Ou seja, hoje o Brasil tem quase cinco vezes mais reservas do que tinha no Governo FHC.

O que é uma maneira de dizer que o Brasil hoje está cinco vezes melhor.

O Brasil independente nasceu em 1822, com a obrigação de pagar as dívidas de Portugal com os bancos ingleses.

De lá pra cá, até hoje, o Brasil foi um país endividado.

A chamada "crise da dívida" explodiu em 1982, quando Delfim Netto, Ernani Galveas e Carlos Geraldo Langoni tiveram que administrar os efeitos da desastrada falência do México.

Hoje, o Brasil, se quiser, entra para o Clube dos Credores, o Clube de Paris.

Assim como, se quiser, pode entrar para a Opep.

(
Clique aqui para ler "Leitão desvenda a 'crise' da Petrobras")

O PIG creditará tudo isso às luzes que emanavam do Farol de Alexandria e aos "bons ventos" da economia internacional.

Como se o Presidente Lula, Henrique Meirelles, Guido Mantega e os brasileiros não tucanos, de uma maneira geral, formassem um conjunto de néscios.

A notícia de hoje – o Brasil passa a ser credor – merece que o Presidente Lula diga:

"nunca na História desse país".

Eu, no lugar dele, diria como o Ibrahim: "sorry, periferia".


E o Vermelho, pelo Bernardo Joffily, para obrigar o PIG a engolir o próprio PUM.


A divida externa não é mais aquela? como? e por quê?

O último boletim do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira, proclama que neste início de ano, ''em termos líquidos, o país passou a credor externo, fato inédito em nossa história econômica''. O feito significa que o fantasma da dívida externa, e a bandeira da luta contra ela, levantada pelas forças patrióticas durante gerações, caducaram. Mas como é mesmo essa história? Veja aqui a lista das 30 maiores dívidas do mundo na atualidade, que é a chave para a explicação.


Leia o texto completo aqui.

Um dos significados para a palavra
soberania, no Wikipedia, é:


No âmbito externo, a soberania traduz, por sua vez, a idéia de
igualdade de todos os Estados na comunidade internacional.


Primeiro o Brasil virou exportador de petróleo. Depois, acumulou reservas internacionais maiores que o total da dívida externa.

Tem a dívida interna. Aquela do país com seu povo.

Alguém duvida que vamos chegar lá?

Depois que Lula acabou com a ALCA sem alarde e sem dar um tiro sequer.

Matou à míngua.

Contra fatos não há argumentos.

Quinhentos anos em cinco.

Diiiiiiiilmaaaaaaa!

Yabadabaduuuuu!
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

VIDA GLOBANDIDA
STJ DECIDIRÁ VENDA
DA TV GLOBO

Família Ortiz Monteiro tenta retomar controle da antiga Rádio e Televisão Paulista S/A

BRASÍLIA - O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), aceitou o agravo de instrumento interposto pelo advogado Luiz Nogueira, em nome da família Ortiz Monteiro, contra a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que indeferira a subida de recurso especial apresentado contra acórdão julgando prescrito o processo contra a família de Roberto Marinho para retomada do controle acionário da TV Globo de São Paulo (ex-Rádio e Televisão Paulista S/A).

Cabe agora aos ministros da 4ª Turma do STJ decidir sobre a validade e a legalidade da transferência do controle acionário da TV Globo de São Paulo para o empresário Roberto Marinho, obtida por meio de recibo em valor equivalente, à época, a apenas US$ 35 (trinta e cinco dólares) e por meio de procurações fotocopiadas em nome de acionistas falecidos, consideradas enganosas pelos herdeiros dos antigos controladores daquela emissora.

Esses documentos foram tidos como apócrifos e montados, segundo laudo do Instituto de Datiloscopia Del Picchia, já que os originais estariam desaparecidos. Com datas de 5 de dezembro de 1964 e 23 de julho de 1975, os documentos têm idêntico teor. Nas procurações, datadas de 1953 e 1964, estão inadvertidamente anotados os números de CPF dos representantes de Roberto Marinho, com endereços falsos.

Assim, a existência de fraude nessas procurações ficou mais do que comprovada, pois o cadastro de controle da Receita Federal, conhecido como CIC ou CPF, só foi instituído na década de 70 - portanto, era inexistente em 1953 e 1964 e jamais poderia ser inserido em procurações com fins específicos.

Erro judiciário

Apesar da abundância de provas sobre a falsificação dos documentos e outras ilegalidades, os herdeiros dos antigos controladores da emissora paulista acabaram derrotados em primeira e segunda instâncias no Judiciário do Rio de Janeiro, por alegada "prescrição de seu direito de ação".

Representados pelo advogado Luiz Nogueira, eles então interpuseram um recurso especial, indeferido pelo desembargador Celso Guedes, vice-presidente do Tribunal de Justiça, que assim deu por sepultada qualquer nova discussão sobre a complexa matéria no Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo o acórdão do TJ fluminense, os possíveis direitos dos autores de uma ação anulatória já estariam prescritos em 20 anos, conforme estabelecido no artigo 177 do Código Civil.

Ocorre que a ação proposta pela família Ortiz Monteiro não era anulatória nem objetivava a invalidação de atos jurídicos, como decidido pela Justiça do Rio.

Na verdade, tratava-se de uma ação declaratória da inexistência de ato jurídico na suposta venda do controle acionário da TV Globo de São Paulo para Roberto Marinho e não uma simples ação anulatória, como equivocadamente ficou decidido pelo Judiciário do Rio de Janeiro. Portanto, configurou-se claramente a ocorrência de um surpreendente e patético erro judiciário no acórdão do Tribunal de Justiça fluminense, que julgou uma ação declaratória de inexistência de ato jurídico como se fosse uma ação anulatória.

Processo teve 80 folhas arrancadas

Nos autos da ação, que soma cerca de 5 mil páginas e agora tramita no STJ como recurso especial, a própria família Marinho destaca que nada comprou da família Ortiz Monteiro (confirmando a pertinência do processo visando à inexistência desse ato jurídico), já que Roberto Marinho teria adquirido a Rádio Televisão Paulista S/A, em 9 de novembro de 1964, de Victor Costa Júnior, que, de acordo com documentos do Ministério das Comunicações, nunca foi acionista da emissora.

Além disso, no processo administrativo federal de homologação da transferência do controle da TV Globo de São Paulo para o jornalista Roberto Marinho - existente no Ministério das Comunicações e com numeração flagrantemente irregular, porque cerca de 80 folhas foram arrancadas - não constam o instrumento particular de compra firmado com a família Victor Costa nem as procurações de acionistas falecidos e de seus respectivos herdeiros, as quais outorgariam poderes para que se procedesse à cessão de 52% do capital social da família Ortiz Monteiro para o novo acionista controlador.

Da mesma forma, o remanescente do capital social da ex-Rádio Televisão Paulista S/A (48% das ações), distribuído entre mais de 600 acionistas minoritários, dados pelos atuais controladores do canal de TV como mortos, desaparecidos ou desinteressados, também foi transferido para Roberto Marinho (novo titular dos 52% das ações), por intermédio de funcionários-diretores representantes do comprador, e a custo zero, ou melhor, a um cruzeiro por ação, isto em maio de 1977, quando a emissora em questão já alcançara valorização estratosférica.

Falsificações

Essa suposta manobra societária já foi alvo de investigação por parte do Ministério Público Federal (MPF), face a uma representação de iniciativa do ex-deputado estadual e radialista Afanasio Jazadji, tendo sido destacado pela Procuradoria Geral da República, em 25 de abril de 2003, que "à luz dos fatos exaustivamente narrados no feito, temos, em apertada síntese, que houve, na década de 60, transferência ilegal do controle acionário da atual TV Globo Ltda., visto ter a negociação se baseado em documentação grosseiramente falsificada".
"Resta, pois, investigar suposta ocorrência de irregularidade administrativa na transferência do controle acionário da emissora, visto a necessidade de autorização de órgão federal. Tal como se deu, esteado em documentação falsificada, o ato de concessão estaria eivado de nulidade absoluta. Em sendo assim, responderia o órgão federal responsável pela sua outorga por negligência - na medida em que se limitou a condicionar a concessão para funcionamento à regularização do quadro societário da empresa" -, assinala o parecer do Ministério Público Federal.

Em decorrência da aceitação do agravo de instrumento interposto pela família Ortiz Monteiro contra a TV Globo Ltda. e o espólio de Roberto Marinho, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deverá remeter ao Superior Tribunal de Justiça, nos próximos dias, os 20 volumes da ação declaratória de inexistência de ato jurídico (e não de uma suposta ação anulatória, como decidido pelo Judiciário do Rio), para que um novo julgamento seja proferido pelo STJ, conhecido como o Tribunal da Cidadania.

Nulidade

Procurados para comentar a decisão do STJ pela reportagem da TRIBUNA DA IMPRENSA, único jornal a cobrir o andamento da importante ação, os herdeiros dos antigos controladores da ex-Rádio Televisão Paulista S/A (hoje, TV Globo de São Paulo) não quiseram dar entrevista. O advogado deles, Luiz Nogueira, limitou-se a reiterar o que já foi assinalado pelo Ministério Público Federal, reafirmando que "o ato de concessão ou de transferência do controle acionário da emissora, quando lastreado em documentação irregular, está eivado de nulidade absoluta, portanto, passível de anulação a qualquer tempo".

O defensor da família Ortiz Monteiro adiantou, ainda, que será encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, à Corregedoria Geral da União, ao Ministério das Comunicações e às Comissões Técnicas do Congresso Nacional, para as providências cabíveis e obrigatórias, um dossiê completo, com peças extraídas dos autos do recurso especial, sobre as irregularidades e ilegalidades praticadas na viabilização da transferência do controle acionário da ex-Rádio Televisão Paulista S/A para seus novos controladores, apontadas em diversos laudos técnicos, entre os quais o relatório do Instituto Del Picchia de Datiloscopia e pareceres da Procuradoria da República em São Paulo.

No entender de especialistas em legislação de telecomunicações, a comprovação da transferência ilegal do controle acionário - no caso, configurando juridicamente um ato nulo na origem - põe em risco até mesmo a homologação do pedido de renovação da concessão em favor dos atuais concessionários e que vem sendo examinado pela administração federal.


POST POST

A reportagem é de Carlos Newton. O carteiro descobriu na Tribuna da Imprensa de hoje (18/02).
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FHCIA
FERNANDO HENRIQUE, FUNDAÇÃO FORD & CIA


Em artigo publicado na Tribuna da Imprensa, o collunista Sebastião Nery acusa Fernando Henrique Cardoso de ser agente da Agência Central de Inteligência (CIA). Ele chegou a essa conclusão baseado em dois livros: “Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível”, da jornalista francesa Brigitte Leoni (Editora Nova Fronteira, 1997), e Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura”, da autora inglesa Frances Saunders (Editora Record, 2008).

Nery sugere que um dos pastores dos lobos da oposição de direita ao governo Lula, FHCIA, o ex da República (coitada), foi financiado pelo ricardão mais temido do planeta, a CIA, o serviço de espionagem dos EUA. O currículo mortal dessa quadrilha inclui conspiração e deposição de governos democráticos e populares pelo mundo.

Na página 154 de “Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível”, um episódio aparentemente inocente ocorreu.

“Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da fundação no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Desenvolvimento)”.

De acordo com Nery, isso aconteceu dois meses após a ditadura, “financiada, comandada e sustentada pelos EUA”, baixar o AI-5.

“Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas... E Fernando Henrique recebia da poderosa Fundação Ford uma primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o Cebrap”.

O intelectualóide da colônia reconhecido no reino

“O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, sabia-se e se dizia que o compromisso final dos americanos era de 800 mil a um milhão de dólares”, garante Nery. “Montado no dinheiro dos gringos, Fernando Henrique se tornou ‘personalidade internacional’e passou a dar ‘aulas’ e fazer ‘conferências’ em universidades norte-americanas e européias. Era ‘um homem da Fundação Ford’. E o que era a Fundação Ford? Um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA”. Prova disto, afirma Nery, surge agora com o livro de Saunders. “Quem pagou os US$ 145 mil (e os outros) entregues pela Fundação Ford a Fernando Henrique foi a CIA”. Para reforçar a sua teoria conspirativa, Nery cita várias passagens do livro:

- “Fundações autênticas, como a Ford, a Rockfeller, a Carnegie, eram consideradas o tipo melhor e mais plausível de disfarce para os financiamentos... Permitiam que a CIA financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas” (página 153).

- “O uso de fundações filantrópicas era a maneira mais convincente de transferir grandes somas para projetos da CIA, sem alertar para a sua origem” (152).

- “A CIA e a Fundação Ford, entre outras agências, haviam montado e financiado um aparelho de intelectuais escolhidos por sua postura correta na guerra fria” (443).

- “A liberdade cultural não foi barata. A CIA bombeou dezenas de milhões de dólares.” (147).

- “Surgiu uma profusão de sucursais, não apenas na Europa, mas também noutras regiões: Japão, Índia, Chile, Argentina... e Brasil” (119).

- “A ajuda financeira devia ser complementada por um programa concentrado de guerra cultural, numa das mais ambiciosas operações secretas da guerra fria: conquistar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana” (45).

Altamiro Borges, Miro, jornalista, secretário de Comunicação do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição) dá uma colher de chá ao ex-cafetão da Res publica.

Agente da CIA ou mero entreguista?

A acusação de Sebastião Nery, que nunca escondeu seu rancor diante da ‘traição’ de FHC – que na última hora rejeitou virar ministro do seu aliado Collor de Mello –, é fundamentada. Os livros registram fatos e confirmam antigas suspeitas sobre os vínculos da Fundação Ford com o serviço de espionagem dos EUA. Mesmo assim, é difícil acreditar que FHC, que teve importante papel na luta pela redemocratização do país, tenha agido conscientemente a serviço da CIA. Até hoje, inclusive, a mesma Fundação Ford financia algumas entidades de marca progressista, que agora deverão ficar mais vigilantes diante de qualquer “intromissão” desta instituição de triste história.

Apesar de descartar a tese conspirativa, não custa registrar que hoje FHC é um entusiasta da ação imperialista dos EUA na América Latina. Nos seus oito anos de reinado, a política externa nativa regrediu para a vexatória posição do “alinhamento automático”. Com sua ação servil, avançaram as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o projeto dos EUA de anexação colonial do região, e o Mercosul foi congelado. Ele também ratificou o acordo para implantação da base militar ianque em Alcântara (MA) e ressuscitou um tratado do período da “guerra fria”, o draconiano TIAR, que poderia levar o Brasil a participar da invasão imperialista do Iraque. Após os atentados de 11 de setembro, FHC autorizou a instalação de um escritório da CIA no Brasil.

Após ser desalojado do poder, o ex-presidente passou a prestar consultoria aos governos ianques. Junto com Carla Hill, ex-representante comercial dos EUA, ele coordenou um grupo sediado em Washington que alertou o presidente-terrorista George Bush para “os riscos da esquerdização da América Latina”, segundo artigo do Financial Times de fevereiro de 2005. Agente da CIA, como acusa Nery, FHC parece não ser. Mas que presta hoje muitos serviços aos EUA, não há dúvidas. Mesmo suas ações conspirativas e golpistas contra o governo Lula lembram as velhas práticas do “serviço de inteligência” do imperialismo estadunidense”.

Por outro lado, ninguém recebe em plena ditadura, enquanto milhares são presos, torturados e jogados de aviões, dólares para realizar estudos e pesquisas sem consciência da conjuntura.

Muitos acreditam que FHC mudou.

O poeta tem certeza que ele desceu do palco com o merecido prêmio da academia.

Para ler o texto completo é por AQUI.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008


BEM-WINDOWS
O COGNITARIADO ESTÁ CHEGANDO! QUE?


O que está por trás dessa recente conversão das TVs abertas em "defensoras do conteúdo brasileiro contra a pirataria"? Afinal de contas, a melhor defesa desses conteúdos seria exibir nossos filmes, vídeos, a produção independente na TV aberta comercial, de forma sistemática.

Mas não passam! E aí tome fechar rádios livres, criminalizar ou tirar do ar vídeos do You Tube, perseguir hackers e camelôs, se apropriarem do que é produzido livremente nos blogs e redes. Fenômenos que provam que é possível novas formas de produção, consumo e distribuição das informações e imagens. E que estão deixando a mídia tradicional desnorteada, pois não sabem como lidar com os novos “prossumidores” (neologismo para o consumidor ativo, que produz).

Nas campanhas da TV contra a pirataria (DVD pirata, software pirata, rádio pirata!!!), na novela das oito, nos editoriais, a mídia tenta angariar simpatia dos criadores e produtores de cultura, supostamente "lesados" em seus direitos autorais, com uma estratégia bem pouco inteligente, que se recusa discutir o que tem que ser discutido: a crise estrutural do capitalismo da exclusividade e da restrição da produção e circulação de bens culturais, que de “escassos e caros” agora podem ser produzidos e reproduzidos aos milhares em DVDs, CDs, MP3, MP4, digital.

É que estamos no meio de uma mutação cultural, emergência de uma Cultura Livre dentro do próprio “capitalismo cognitivo”, com ativistas no mundo todo trabalhando pelo barateamento cada vez maior dos meios de produção cultural e o fortalecimento das trocas e redes colaborativas.

Camelôs, artistas, estudantes, programadores, profissionais da informação, designers, formam o novo “precariado”, ou melhor, o novo “cognitariado”, pois trabalham com a produção “imaterial” e difusão de conhecimentos, um valor que pode ser partilhado pela multidão, por qualquer um.

Esse cognitariado aumenta a sua produtividade social passando por cima da legalidade burra. A legalidade improdutiva, que impede a explosão da produção social, em qualquer área. Que quer barrar os fluxos, com licenças, senhas, bloqueadores que impedem o rio-corrente das informações, tecnologias, invenções.

Mas como criminalizar downloads de música quando milhares de Ipods são distribuídos em palito de picolé? Com zilhões de gravadores e duplicadores de DVDs e CDs, câmeras na mão de cada vez mais gente? Quem vai pagar R$ 50 reais quando um CD ou DVD virgem custa centavos?

A crise do direito autoral é a crise do capitalismo privatista. É só pesquisar as novas formas flexíveis de direito autoral que vão do “todos os direitos reservados” até o copyleft (o contrário do copyright) que libera radicalmente os direitos para seu uso livre, para perceber essa mutação histórica.

Afinal, os primeiros a desqualificar o direito autoral são as gravadoras, as editoras, as TVs que pagam pouco aos criadores e lucram muito. A pirataria, a cópia, a circulação social, já está (ou deveria estar) embutida nos lucros da indústria.

A Microsoft, as gravadoras, os editores de livros, a indústria cultural brasileira, vão falir? Provavelmente não, vão tentar inventar novas formas de ganhar dinheiro, vão fazer "reengenharia" (ou seja lá o que for) para reestruturarem a forma "cara" de produzir.

O preço abusivo dos produtos culturais atuais tem a ver com a forma antiga de produção, fordista, agigantada, fabril. Mas a fábrica tradicional está em crise, acabou. Nos Estados Unidos, o sistema de estúdios, os contratos de exclusividade com atores, faliu nos anos 50! Não pode vender produto com preço da fábrica capitalista fordista, num sistema em que toda a produção barateou. Menos o produto final!

Sinal dos tempos, a fábrica dos filmes e máquinas Polaroides, com sua inesquecível moldura branca e um único original, a foto instantânea que saía da máquina com a imagem se formando diante dos olhos do fotógrafo em suspense, está fechando as portas. Pois afinal, as imagens hoje nem precisam ser impressas, circulam velozmente pelas telas dos computadores, para serem vistas, no computador, nas telas, no celular, voláteis e imateriais. Quem ainda imprime fotografias?

A propriedade intelectual e o direito autoral não vão acabar, vão ter que ser repensados! Estão em crise no capitalismo da reprodutibilidade técnica, no capitalismo do imaterial, em que é barato produzir. É barato fazer circular! É barato copiar e compartilhar.

A velha forma do lucro, em cima da venda exclusiva de milhões de "originais" está em crise em um capitalismo que não funciona mais com a escassez, mas com a facilidade e abundância, com a reprodutibilidade técnica máxima, amadora, fácil, com os meios de produção disseminados socialmente. Com o P2P, com as redes colaborativas, a internet, a telefonia móvel, o digital.

Ou seja, como criminalizar toda uma cultura nova, do compartilhamento da duplicação, da difusão, como isso pode ser "ilegal"?

Jovens no mundo todo trocam seus arquivos de música, filmes, vídeos, pelo computador. Que corporação, que moralidade vai impedir essa forma de compartilhar o imaterial? Perguntem o que esses usuários pensam da "pirataria". Estão é se engajando nos novos movimentos, fazendo micropolitica sem sair do quarto de dormir, pela livre circulação e distribuição do conhecimento. Capturar, compartilhar, disseminar. Movimentos viróticos.

Ciberativismo, Copyleft, Cognitariado, Precariado, Cultura Livre, livres capturas pelas redes....dispositivos, estética, essas são algumas das senhas de acesso para a coluna que está começando. Pode logar!



POST POST

No texto de estréia na Carta Capital, Ivana Bentes, entre outras Capturas, identifica uma nova catigoria, a dos prossumidores, que transformam o quarto de dormir em quarto poder de fato, sem direitos reservados ou senha de acesso.

Em outras palavras:

COGNITÁRIOS DO MUNDO, UNI-VOS!

É dela a declaração abaixo:

A comunicação e a mídia são tão estratégicas como o petróleo. As políticas de comunicação são hoje prioridades nas discussões do governo.

Ivana Bentes é pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ e participa da rede Universidade Nômade.
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

FLAVIO KOUTZII
A HISTÓRIA PELA MÃO

Com o 3º Congresso e o PED o PT podia ter-se passado a limpo.

Não foi assim.

De fato ele apenas confirmou a sua nova natureza.

Ele ainda tem enorme peso social, mas desistiu da sua velha ambição teórica e programática, do espírito crítico e de parte dos valores que o sustentaram.

Mesmo assim sempre teremos em conta três elementos: o Governo Lula, o PT e a direita.

O Governo do PT é de centro-esquerda com vários pontos positivos.

O PT é um partido cada vez menos de esquerda, mas é o centro de gravidade do campo popular.

A direita política e midiática é cada vez mais medíocre, sem proposta, movida a ódio de classe, ranço senhoral, preconceito de “casa grande”. É inaceitável e intragável.

Então ainda temos eixo, e teremos política.

Se ao Governo Lula, ao PT, e a direita, somamos um 4º elemento: Porto Alegre/Rio Grande do Sul. Temos mais nítida a perspectiva.

Recuperar Porto Alegre para um governo nosso é fundamental pra cidade, pra seu povo, para o Estado, para os Gaúchos.

Neste sentido apóio com grande entusiasmo a Pré-Candidatura de Miguel Rossetto.

É preciso juntar as coisas: o candidato que tem mais experiência e qualidade, e o candidato que representa as coisas que ficaram pelo caminho e a que muitos de nós renunciaram e que nos chama para ir de novo lutar, mais uma vez.

Por mais tempo, muitas vezes, tentamos fazer a história avançar.

Hoje aqui é a história que nos faz andar. E a história que nos toma pela mão tem uma cara, uma voz, um nome, um líder: Miguel Rossetto.

Para os que ainda vêem e enxergam.

Para os que sabem que como ficou não serve.

Para os que têm brasa na cinza de suas rebeldias.

Para os que mesmo de dentro da amargura não perderam a lucidez.

Para os que não transformaram o desencanto em desistência.

Eu os conclamo.

Toda atenção com o 16 de março.

Votemos em Miguel Rossetto.


O carteiro pegou carona no RS Urgente até o Blogue do Rossetto.

Lucidez objetiva a la Koutzii.

Pára-brisas limpo, cuidados básicos cumpridos.

Hora de recomeçar a viagem republicana até a democracia plena.

Aqui em São Borja, Renê Ribeiro é a primeira oportunidade concreta do PT chegar ao governo municipal.

Na cidade que sempre apóia majoritariamente os candidatos do PT estadual e nacional, finalmente a Prefeitura aparece pela frente.
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FORA VESTIBURLAR
A ESCOLA DO NOSSO SONHO, FREI BETTO

Na escola dos meus sonhos, os alunos aprendem a cozinhar, costurar, consertar eletrodomésticos, a fazer pequenos reparos de eletricidade e de instalações hidráulicas, a conhecer mecânica de automóvel e de geladeira e algo de construção civil. Trabalham em horta, marcenaria e oficinas de escultura, desenho, pintura e música. Cantam no coro e tocam na orquestra. Uma semana ao ano integram-se, na cidade, ao trabalho de lixeiros, enfermeiras, carteiros, guardas de trânsito, policiais, repórteres, feirantes e cozinheiros profissionais. Assim aprendem como a cidade se articula por baixo, mergulhando em suas conexões que, à superfície, nos asseguram limpeza urbana, socorro de saúde, segurança, informação e alimentação.

Não há temas tabus. Todas as situações-limite da vida são tratadas com abertura e profundidade: dor, perda, falência, parto, morte, enfermidade, sexualidade e espiritualidade. Ali os alunos aprendem o texto dentro do contexto: a Matemática busca exemplos na corrupção dos precatórios e nos leilões das privatizações; o Português, na fala dos apresentadores de TV e nos textos de jornais; a Geografia, nos suplementos de turismo e nos conflitos internacionais; a Física, nas corridas de Fórmula-1 e nas pesquisas do supertelescópio Huble; a Química, na qualidade dos cosméticos e na culinária; a História, na violência de policiais contra cidadãos, para mostrar os antecedentes na relação colonizadores - índios, senhores - escravos, Exército - Canudos, etc.

Na escola dos meus sonhos, a interdisciplinaridade permite que os professores de Biologia e de Educação Física se complementem; a multidisciplinaridade faz com que a História do livro seja estudada a partir da análise de textos bíblicos; a transdisciplinaridade introduz aulas de meditação e dança e associa a história da arte à história das ideologias e das expressões litúrgicas. Se a escola for laica, o ensino religioso é plural: o rabino fala do judaísmo, o pai-de-santo, do candomblé; o padre, do catolicismo; o médium, do espiritismo; o pastor, do protestantismo; o guru, do budismo, etc. Se for católica, há periódicos retiros espirituais e adequação do currículo ao calendário litúrgico da Igreja. Na escola dos meus sonhos, os professores são obrigados a fazer periódicos treinamentos e cursos de capacitação e só são admitidos se, além da competência, comungam os princípios fundamentais da proposta pedagógica e didática. Porque é uma escola com ideologia, visão de mundo e perfil definido do que sejam democracia e cidadania. Essa escola não forma consumidores, mas cidadãos.

Ela não briga com a TV, mas leva-a para a sala de aula: são exibidos vídeos de anúncios e programas e, em seguida, analisados criticamente. A publicidade do iogurte é debatida; o produto adquirido; sua química, analisada e comparada com a fórmula declarada pelo fabricante; as incompatibilidades denunciadas, bem como os fatores porventura nocivos à saúde. O programa de auditório de domingo é destrinchado: a proposta de vida subjacente, a visão de felicidade, a relação animador-platéia, os tabus e preconceitos reforçados, etc. Em suma, não se fecham os olhos à realidade, muda-se a ótica de encará-la. Há uma integração entre escola, família e sociedade. A Política, com P maiúsculo, é disciplina obrigatória. As eleições para o grêmio ou diretório estudantil são levadas a sério e, um mês por ano, setores não vitais da instituição são administrados pelos próprios alunos. Os políticos e candidatos são convidados para debates e seus discursos analisados e comparados às suas práticas.

Não há provas baseadas no prodígio da memória nem na sorte da múltipla escolha. Como fazia meu velho mestre Geraldo França de Lima, professor de História (hoje romancista e membro da Academia Brasileira de Letras), no dia da prova sobre a Independência do Brasil, os alunos traziam para a classe a bibliografia pertinente e, dadas as questões, consultavam os textos, aprendendo a pesquisar. Não há coincidência entre o calendário gregoriano e o curricular. João pode cursar a 5ª série em seis meses ou em seis anos, dependendo de sua disponibilidade, aptidão e seus recursos. É mais importante educar do que instruir; formar pessoas que profissionais; ensinar a mudar o mundo que ascender à elite. Dentro de uma concepção holística, ali a ecologia vai do meio ambiente aos cuidados com nossa unidade corpo-espírito e o enfoque curricular estabelece conexões com o noticiário da mídia.

Na escola dos meus sonhos, os professores são bem pagos e não precisam pular de colégio em colégio para se poderem manter. Pois é a escola de uma sociedade em que educação não é privilégio, mas direito universal, e o acesso a ela, dever obrigatório.


O artigo é do Frei Betto e o carteiro copidescou daqui.

Sonegar informação é tão criminoso quanto sonegar imposto. A ideologia da competição é uma droga capitalista injetada em todo mundo de diversas formas: química e psíquica, lícita e ilícita, invasiva e evasiva, direta e indireta, liminar e subliminar. Seu principal ícone, ou vetor, é o famigerado vestiburlar. Esta palavra na essência tem a letra erre no meio, o que altera completamente seu sentido, mas é sonegada para não dar na vista e tem sido repetida na sua forma prostituta (sem o erre) até por quem a questiona na teoria.

A aceitação social dessa droga, que causa dependência química de adrenalina, é responsável pelas discussões hipócritas (argumentos contrários à inclusão social) sobre cotas raciais e pela real monarquia acadêmica, que transforma professores universitários em nobres feudais e estudantes em servos submetidos ao obscurantismo. Quando, na verdade, os docentes (portadores de títulos) são empregados dos discentes (fiadores desses títulos).

Mas, sempre tem esse mas na contradição cultural, no setor público os empregados (professores) se rebelam contra os patrões (estudantes) e fazem o que bem entendem. Armados até os dentes com armas psicológicas e bombas de efeito moral, produzidas pela estabilidade no emprego, torturam e degradam o egossistema de quem se atreve a questionar democraticamente suas arbitrariedades intelectuais.

Esse é só o começo de uma luta permanente do carteiro e do poeta.

Grande Frei Betto.

PS: Cabe uma paráfrase metida a marxista: a burguesia acadêmica se acha na posse da propriedade intelectual depois de ter usurpado os originais via xerox e chamar isso de ensino gratuito.
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

INÉDITO NO BRASIL
COMO A CIA USOU GRUPO CATÓLICO
PARA PREGAR CONTRA JANGO

WASHINGTON - O livro foi lançado recentemente nos Estados Unidos. Ainda não tem tradução brasileira. O autor é Hugh Wilford. "The Mighty Wurlitzer, How the CIA played America", descreve a guerra cultural travada entre a União Soviética e os Estados Unidos por corações e mentes durante a guerra fria.

Primeiro é preciso descrever o contexto. Havia mesmo o famoso ouro de Moscou? Sem dúvida. Os soviéticos financiaram aliados em todo o mundo, inclusive no Brasil. Enquanto isso a CIA desenvolveu uma sofisticada operação que envolvia o financiamento de organizações de fachada. Embora o acesso aos documentos da época ainda seja bastante restrito, Wilford fez o melhor trabalho até agora sobre as operações da CIA no período, especialmente na guerra cultural.

O mais surpreendente do livro é demonstrar o esforço da CIA para recrutar gente da esquerda não comunista para travar a guerra ideológica. De início os liberais americanos achavam que era patriótico colaborar com o país. Em busca de controle sobre as organizações, a CIA cooptava apenas algumas lideranças. Elas sabiam de tudo: da origem do dinheiro e das metas a cumprir. Outras lideranças e a militância ficavam no escuro. A feminista Gloria Steinem, por exemplo, serviu ao Independent Research Service, Serviço Independente de Pesquisa, que ela sabia ser financiado pela CIA. Os programas incluíam atividades culturais envolvendo gente famosa como o ator Bing Crosby e a cantora Nina Simone.

Organizações feministas de defesa dos direitos civis, dos negros, estudantis e sindicatos foram "infiltrados" ou simplesmente concordaram em prestar serviço em troca de financiamento. Seminários foram promovidos, filmes foram produzidos e delegações de artistas e escritores americanos viajaram o mundo por conta de programas clandestinos. Há doze páginas do livro dedicadas ao Jornalismo.

Mas eu vou começar contando para vocês sobre o que interessa diretamente ao Brasil, onde a operação clandestina mais importante foi intermediada por um multimilionário devoto do catolicismo, J. Peter Grace e financiada em parte por um empresário que não é diretamente identificado no livro. Não era apenas uma questão de fé. Grace tinha interesses econômicos na América do Sul em transporte, açúcar e mineração.

Diz o livro sobre ele: "Um homem decidido, ele sempre usou dois relógios, um mostrando o hora local de onde estava e outro com a hora da sede da empresa, em Nova York. Ele também carregava um revólver na cintura".

Católico devoto, ele era integrante de uma organização secreta chamada Os Cavaleiros de Malta, através da qual exercia grande influência na hierarquia católica dos Estados Unidos. Da organização fizeram parte dois diretores da CIA, William Casey e John A. McCone.

Grace foi o intermediário entre o então diretor da CIA, Allen Dulles, e o padre Patrick Peyton, fundador da Cruzada do Rosário, dedicada a promover a Virgem Maria. Os dois pediram 500 mil dólares para financiar as atividades iniciais da Cruzada na América do Sul. Dulles gostou do projeto apresentado e convocou Grace para um encontro com o então vice-presidente Richard Nixon, na Casa Branca (ele serviu no posto de 1953 a 1961). Nixon já conhecia o multimilionário Grace, que havia apresentado meses antes a dois outros empresários com grandes interesses na América do Sul, David Rockefeller e Juan Trippe, o dono da empresa de aviação PanAm.

É óbvio que os empresários tinham interesses econômicos em jogo, além dos ideológicos e religiosos.

A Cruzada para a Oração da Família, de Nova York, foi escolhida como organização de fachada. O projeto-piloto custou 20 mil dólares e aconteceu em La Serena, no Chile. Diante do sucesso da mobilização dos católicos chilenos, em 1960 o padre Peyton recebeu a promessa de financiamento de 100 mil dólares para mobilizar os católicos de Caracas. O comício final da Cruzada na Venezuela atraiu 600 mil pessoas. Em Bogotá, a multidão chegou a 1 milhão de pessoas. O objetivo central do projeto era derrotar candidatos comunistas em eleições, promovendo políticos e governos favoráveis aos Estados Unidos.

Logo depois do comício de Bogotá houve mudança repentina de planos. O empresário Peter Grace, intermediário entre a CIA e o padre católico, informou Peyton que o alvo então eram o Recife e o Rio de Janeiro, numa campanha que começou em 1962.

Traduzo o trecho mais importante referente ao Brasil, que aparece nas páginas 190 e 191:

"A Cruzada tinha desenvolvido em 1962 uma técnica de evangelização chamada Missão Popular, que envolvia o recrutamento local de técnicos que viajavam com equipamento para mostrar filmes religiosos feitos na Espanha em projeções ao ar livre, com comentários de catequizadores laicos. À técnica foram acrescentados efeitos especiais espetaculares desenvolvidos para apelar à população dos centros urbanos como o Rio de Janeiro, onde a famosa estátua do Cristo, no Corcovado, foi decorada com um rosário iluminado de trinta metros e uma cruz de sete metros de altura. Quando Peyton pregou na cidade, em 16 de dezembro de 1962, 1,5 milhão de brasileiros vieram ouví-lo”.

Um ano depois, na Festa da Imaculada (8 de dezembro de 1963), também declarado o Dia da Família pelo presidente João Goulart, a Cruzada patrocinou uma transmissão de TV especial desde o Rio de Janeiro, estrelando entre outros Bing Crosby, a estrela do futebol Pelé e Agostinho dos Santos, que se auto-definia como "o rei da bossa nova do Brasil", que cantou a versão em samba da Ave Maria. O programa, que também foi mostrado em outros países da América do Sul, atingiu a maior audiência da história do Rosário da Família.

Esses feitos espetaculares foram obtidos num período de crescente crise política no Brasil, que culminaram, em março de 1964, com a derrubada do presidente Goulart em um golpe militar liderado pelo chefe do Exército, general Humberto Castello Branco. Goulart tinha causado insatisfação em Washington ao adotar políticas como a de indicar socialistas para o ministério e a CIA estava profundamente envolvida nos eventos que levaram à derrubada dele, através de ligações com grupos locais da direita e organizações americanas como o AILFD (Instituto Americano para o Desenvolvimento do Trabalho Livre).

É naturalmente impossível dizer com certeza qual foi o efeito da Cruzada do Rosário da Família no humor político do Brasil, mas vários observadores bem colocados dizem que foi considerável. De acordo com uma autoridade eclesiástica, "o Rosário consolidou as ligações que existiam entre as aspirações do povo e a vigilância patriótica das Forças Armadas”.

"Eu admiro a Cruzada", o próprio general Branco anunciou pouco depois do golpe. "Desde o grande encontro do Rio de Janeiro eu dou crédito à Cruzada pela formação da opinião pública brasileira para ter a coragem de apoiar a Revolução de 31 de março”.

Patrick Peyton estava falando a verdade quando disse a seus superiores que "muito crédito é dado pelos grandes líderes da Igreja e do Estado no Brasil à Cruzada do Rosário na derrubada do governo Goulart".

O Azenha publicou ontem (11/02) no VI O MUNDO.

Na última atualização, hoje (12/02), o título é
Sem saber até Pelé foi usado (indiretamente) pela CIA.

A foto é mais uma da série printscreenizada pelo carteiro da Globo.sem.

Acervo do Instituto João Goulart.
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sábado, 9 de fevereiro de 2008

DANÇA MACABRA DA DEMOCRACIA ESTILO EUA

John Pilger escreve sobre algo que o carteiro e o poeta já haviam chutado (só para ser justo com Pilger).

O artigo foi publicado em português de Portugal, ora pois, no Esquerda.Net.

Os Estados Unidos da América se apresentam ao mundo como uma democracia que, na verdade, não passa de um desses programas de computador oferecidos como bônus de algum produto em oferta e só trazem alguns itens do original: entre eles, a propaganda enganosa.

O ex-presidente da Tanzânia Julius Nyerere perguntou uma vez:

"Por quer não temos todos direito de voto nas eleições americanas? Toda a gente que tem um aparelho de TV certamente merece esse direito, só por sofrer o bombardeamento cruel a cada quatro anos."

Como cobri quatro campanhas eleitorais para a presidência, dos Kennedys a Nixon, de Carter a Reagan, com os seus Zepellins de superficialidades, seguidores robotizados e esposas deslumbradas, posso simpatizar com esta idéia.

Para ler o artigo inteiro, ó pá, é
nesta direção.

A propósito, o carteiro do poeta adverte:

Adquirir o programa completo tem lá seu preço embutido nas entrelinhas.

Golpes de estado, ditaduras, redemocratizações manipuladas geneticamente, pensamento único e império do sentido sobre o sentimento - p
ericulosamente humano.
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008


BRASIL, MAIOR PROVÍNCIA DE SÃO PAULO?

É o que fica claro quando se compara os números dos cartões corporativos relativos ao exercício de 2007.

Um verdadeiro PIG-NIG com dinheiro público.

O carteiro viu nOS AMIGOS DO PRESIDENTE LULA.

Que estes números não passem desapercebidos.

Agravantes:

O SERRACARD é apenas para o Estado de São Paulo.

Os Cartões do Governo Federal são para o Brasil inteiro.

E agora PIG?

R$ 75 milhões no Brasil inteiro continuou merecendo capas dos jornais de hoje.

R$ 108 milhões só no Estado de São Paulo, nenhuma notícia.

Nenhuma "curiosidade" em saber como são gastos 33 milhões a mais em São Paulo do que no Brasil inteiro.

Para onde vai o dinheiro do SERRACARD sacado pela Secretaria de Administração Penitenciária?

A Secretaria de Administração Penitenciária, gastou R$ 7.279.939,90 utilizando o SERRACARD em 2007.R$ 3.156.302,50 foram saques em dinheiro.

Aí vem a "pulga atrás da orelha":

Será que até o Marcola tem um SERRACARD?

Quem garante que os celulares último modelo nas penitenciárias paulistas não estão sendo comprados com o
SERRACARD?

E quem garante que os créditos para os celulares do disque-sequestro não estão sendo pagos com o
SERRACARD?

E aquele
churrasquinho na penitenciária?

A carne foi comprada com o
SERRACARD?

Isso não é apenas ironia, o assunto é sério.

E se esses mais de R$ 3 milhões de saques em dinheiro não estão sendo sacados por agentes penitenciários chantageados pelo PCC, e financiando a crime?

Esse é mais um motivo pelo qual que os extratos do
SERRACARD precisam ser publicados com total transparência.

É questão de segurança pública.

Comentário do poeta:

Não é mol tirá pel do pesco coa ponta do anzol.
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