segunda-feira, 10 de março de 2008

COMPLEXO DE ÉDIPO
A MÍDIA TÁ DE OLHO É NO PAC DELA


O colunista Klécio Santos, de Zero Hora, pegou o “Bonde da Dilma” andando e quer serviço de bordo. Na coluna de sábado (8/3) se enrolou todo nas próprias teias. Ao procurar aspas em texto mocho resolveu cruzar palavras para comentar as declarações de Lula sobre a “mãe do PAC”, Dilma Roussef. Agora vamos ver que bicho deu essa cruza de opinião com neurose.

“Soa como bazófia Lula dizer que o PAC não é eleitoreiro, justamente quando usa o programa para popularizar a figura de Dilma”, escreveu Klécio.

Segundo o dicionário, bazófia significa, entre outras coisas, ostentação, que é, por sua vez, alarde de qualidades próprias. Então, dizer que o PAC não é eleitoreiro é alardear as qualidades próprias de um governo superior aos anteriores, que ganharam várias eleições, e uma reeleição, lançando pacotes de planos econômicos e comprando a simpatia da mídia com dinheiro público.

Além disso, não estamos em ano de eleições gerais como querem fazer crer os golpistas de plantão: o ministro Marco Aurélio Mello, a oposição e a mídia. Este ano as eleições são municipais, portanto, essa cruza forçada entre o PAC e a legislação eleitoral é estéril, só serve para alimentar parasitas de bonsais.

Outro significado para a palavra bazófia é “guisado de restos de comida”. Qualquer semelhança com o revirado de sobras de frases em questão não é mera coincidência.

“Mas só obras não bastam. Dilma precisa ter contato com o povo e mais jogo de cintura com os políticos. Exigente no trato com demandas públicas, ela não aceita imposições que considera politiqueiras”, aconselha o funcionário da RBS.

Como assim “só obras”? Como assim “só obras não bastam”? Tornar o país exportador de petróleo, acumular reservas internacionais maiores que a dívida externa, fortalecer o mercado interno como "nunca na história deste país", acabar com a Alca sem dar um pio e criar o PAC não basta? Klécio quer mais? Além da abertura dos cofres para seus patrões se esbaldarem.

Dilma precisa de jogo de cintura para convencer o povo que o Brasil está melhor ou ser madrinha da bateria da Mangueira? Ser exigente no trato com a coisa pública e não aceitar politicagem é defeito? O colunista de ZH está criticando, elogiando ou pedindo emprego de marqueteiro da “mãe do PAC”?

O arremate não poderia ser mais enigmático. “Fez pilates, trocou o figurino e emagreceu 12 quilos”. Só fraude, digo, Freud explica essa fixação, o complexo de Édipo de Klécio Santos.
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3 comentários:

Anônimo disse...

ZH, como sempre, fazendo das suas. Eu li esse "texto" do Klécio e na hora minha reação foi uma só: RIR! Sim, só rindo para aguentar esses disparates da nossa "imprensa" - entre aspas propositalmente, porque isso que está aí não é a imprensa que merecemos, que deveríamos ter...
Abs
Candice Renner
Porto Alegre - RS

Regina Ramão disse...

Dá-lhe, poeta!
Não tinha lido o texto do Klécio (ainda bem), aliás, não leio a ZH faz tempo.
Abraço e obrigada pela visita lá no bloguinho.

Cristóvão Feil disse...

"Só obras não bastam" é ótimo!

O sujeito só falta dizer: "e tem que investir na nossa mídia, viu dona Dilma?"

Abraço!